por Margareth dos Reis
“Tenho 53 anos, nunca me casei. Cresci ouvindo minha mãe dizer que os homens não prestam e que só dão carinho para ter sexo. Nunca consegui relacionar o sexo com amor. Tem alguma dica para me ajudar? Tenho medo dos homens e não confio neles.”
Resposta: Você cresceu ouvindo da sua mãe que os homens não prestam porque só dão carinho para obter sexo das mulheres. Foi por isso que não se casou, não conseguiu relacionar sexo com amor e nem conseguiu confiar neles?
Essa mensagem de sua mãe em relação aos homens a deixou com tanto medo deles, que você nunca pensou em questionar a validade dessa crença materna para a sua história de vida.
Então veja, se você não fez isso até agora ainda está em tempo!
Não existe um tipo só de homem, como não existe apenas um tipo de mulher. Existe uma tipologia humana que só experimentando para conhecer, assim como só se aproximando de quem mais lhe interessa para saber se há química (sexual, de valores e de afinidades) para a prospecção de um relacionamento.
Na seara dos envolvimentos não há garantias prévias para nada. Mas, o que há de mais importante na história de cada um é a possibilidade de aprendizado a partir das experiências, incluindo as frustrações, desencontros e até rompimentos indesejados. Sim, porque quem nunca passou por isso? Só quem nunca se relacionou. E sabe quem não aguenta passar por isso? Somente quem não aceita que o desencanto também acontece, como é comum na adolescência (quando o sofrimento dura enquanto o(a) adolescente acredita que não vai sobreviver a essa dor, até que ele(a) percebe que a vida continua e outras chances de acerto na vida amorosa virão).
E o que o amadurecimento propicia é exatamente a capacidade de elaboração do sofrimento pela compreensão da realidade de que nem todo amor desejável é viável, evitando assim, amarguras intermináveis.
Portanto, saiba que o prazer sexual e a satisfação amorosa se integram e atuam bem quando existem dois seres inteiros que se enxergam e se respeitam sem um pesar sobre o outro com seus preconceitos, carências ou falta de amor próprio. Mas… é preciso um tempo de convivência para observar a coerência entre o discurso e as atitudes da pessoa com a qual você está interagindo, bem como para averiguar se os meios que ela se utiliza para atingir os fins que deseja são compatíveis com os seus princípios de vida. Ou seja, isso faz parte do processo de amadurecimento pessoal que é sempre único e intransferível!