por Tatiana Ades
O grande vencedor do Oscar de 2015 foi Birdman, que conta a historia de um ex-ator de cinema, famoso por interpretar um icônico super-herói chamado Birdman, que monta uma peça na Broadway para tentar reconquistar suas glórias passadas. A trama se passa no transcorrer de três dias: o ator lida com problemas familiares e na carreira.
Chamou-me atenção por ser um filme onde a profissão do protagonista precisa ser resgatada, mas ele necessita do amor do público, não como um herói clichê e sim como um espetacular ator de teatro.
É como a pessoa que passa uma vida toda em momentos fúteis de relacionamento e de repente se depara com a necessidade de um amor real, reconhecido, sólido.
Assim como em nossos romances, a nossa profissão precisa da admiração do outro, a verdadeira sensação de "amar o que fazemos" está na responsabilidade de querer a troca, apesar das complicações do dia a dia.
A profissão é como um casamento e precisa existir afeto e vontade de seguir em frente, senão a separação ocorre.
Nada é fácil, amar o outro o tempo todo não existe, amar a nossa profissão a cada segundo é utopia, mas é preciso pensar se o tipo de vínculo é sincero.
Em Birdman, percebi o quanto o protagonista (Michael Keaton) está desesperado e suplicando por afeto profissional e no fim das contas ele caiu no estrelato por ser ridicularizado em um vídeo que foi parar na internet.
É preciso saber para qual direção queremos seguir, tanto no nosso afeto quanto em nossa carreira:
– Até que ponto eu quero chegar?
– Quais são os meus limites?
– Quero fama ou quero reconhecimento?
– Quero ser visto ou quero ser apreciado por aqueles que me reconhecem como bom?
E o "Oscar" vai para aquele que conseguir ser feliz em sua profissão e não fazê-la com tédio e monotonia, assim como no amor.