por Lilian Graziano
Então já é quase inverno. Algumas das metas de ano novo, pensadas no último verão, ainda não foram postas em prática, e os resultados, portanto, nem foram colhidos. Falta pouco tempo para fim do primeiro semestre de 2017 e bate aquela sensação incontrolável de impotência e paralização diante do calendário. É claro: não dá para acrescentar horas no nosso dia, nem dias nos meses para garantir nossas realizações. E ainda assim, sem que realizemos o que queremos ou planejamos, nossos dias estão preenchidos, abarrotados.
O mundo moderno trouxe inúmeras vantagens, mas também nos tornou escasso este bem – o tempo. Mas culpemos menos a modernidade e chamemos à responsabilidade o que nos cabe. Não temos sido hábeis em gerenciar prioridades. Elas vão além da ordem de coisas em nossa lista de “To DO’s”.
Ticar cada item realizado não vai mudar nossa relação com o tempo nem mudar o calendário. Se os dias passam voando, observe seus pensamentos, e aquilo com que você ocupa suas horas, realizando ou abstraindo. Verá que algo está errado e que o tempo escorre entre os dedos junto a coisas que sequer têm tanta importância em sua agenda. Ou então são executadas tão automaticamente, que o sentido delas nos escapa. E se nos escapa não nos engrandece, não é mesmo?
Martin Seligman, o pai da Psicologia Positiva (PP), acerta ao postular que aquele que tem mais controle sobre sua vida é mais feliz. Outros teóricos são pródigos em tratar de metas, realizações e performance – a produtividade no limite é, talvez, um dos objetivos mais estipulados pelos coachees• nos processos de coaching. No entanto, fazer mais não é fazer melhor, como nos diz Tal Ben-Shahar, outro importante expoente da PP, que nos propõe, ao contrário disso, e em convergência a Seligman, que tenhamos maior tempo livre e que simplifiquemos o cotidiano, visando à qualidade daquilo que realizamos e ao maior controle de nossos resultados.
Temos controle da vida quando somos assertivos (uma união de prioridades reais e realizações, sem rodeios ou adiamentos). Nossa felicidade é potencializada, ainda, quando preenchemos nossos dias com tarefas e metas que façam sentido em relação a nossos valores. É a forma como garantimos que nada saia dos trilhos de uma vida que vale a pena ser vivida. Com nossas horas preenchidas daquilo que é nossa essência, nossos valores, estaremos trabalhando por um propósito maior que nós mesmos e com a certeza de que nosso tempo está sendo bem aproveitado.
É um longo caminho a ser trilhado? Certamente. E como o tempo é escasso, seguir por essa direção demanda uma ação imediata rumo a uma vida com maior propósito e mais assertividade. São necessárias uma boa dose de autoconhecimento e mãos à obra, sob o pragmatismo essencial para quem precisa/quer executar mudanças que só farão bem.
•coachees – indivíduos que se submetem ao processo de coaching.