por Thaís Petroff
TCC ou Terapia Cognitivo Comportamental é uma linha de atendimento psicoterapêutico. Foi desenvolvida por Aaron Beck, na Universidade da Pensilvânia no início da década de 60. Sua filha, Judith Beck , assim como outros psicólogos e psiquiatras vêm aprimorando e adaptando essa terapia para diferentes distúrbios psicológicos.
A TCC é uma terapia breve baseada no pressuposto de que as emoções e os comportamentos são influenciados pelos pensamentos.
O que isso quer dizer na prática?
Que diferentemente do senso comum, na visão dessa abordagem, não é a situação em si que determina como a pessoa sente-se e age, mas sim a percepção que ela tem dos eventos, assim como sua interpretação dos mesmos. Com base nisso, uma mesma situação pode ser vista de maneira diferente por diferentes pessoas, fazendo com que elas sintam-se e comportem-se de maneiras diversas. Ou ainda, um mesmo indivíduo pode reagir de maneira diferente a uma mesma situação em momentos diferentes.
O que determina isso, como já foi dito, é a interpretação que o sujeito faz da situação. A interpretação são imagens e/ou pensamentos, que surgem frente a um determinado estímulo e que são provenientes de crenças que as pessoas têm sobre elas mesmas, sobre os outros e sobre o mundo. Portanto, caso uma pessoa tenha crenças negativas ou disfuncionais sobre si, sobre os outros ou sobre o mundo, enxergará os eventos sob essa óptica, a qual influenciará seu humor e seu comportamento.
O terapeuta cognitivo comportamental busca várias maneiras de produzir a mudança cognitiva: ou seja, a modificação no modo de pensar e no sistema de crenças do paciente – visando promover alteração emocional e comportamental duradoura.
Terapia breve
Primeiramente, a TCC foi desenvolvida para ser uma terapia breve, no intuito de amenizar e tratar o distúrbio da maneira mais ágil possível, evitando o prolongamento do sofrimento do paciente. Para isso o psicoterapeuta tem como metas: promover o alívio dos sintomas, ser um facilitador na remissão do transtorno, auxiliar o paciente a lidar com seus problemas mais prementes e ensinar-lhe habilidades para que esse seja menos propenso a recaídas.
A psicoterapia é orientada por metas e direcionada a resolver problemas atuais. Terapeuta e paciente criam metas conjuntamente, orientando-se por elas, além de elaborarem uma lista dos problemas a serem resolvidos. Nesse âmbito, o trabalho em parceria é indispensável, fazendo com que o paciente mantenha colaboração e participação ativa durante todo o processo.
Paciente torna-se seu próprio terapeuta
Outro ponto fundamental é o caráter educativo contido nesse trabalho. O psicoterapeuta preocupa-se em ensinar o paciente a ser seu próprio terapeuta, instruindo-o a conhecer e praticar os fundamentos e técnicas do modelo cognitivo comportamental. É enfatizada a prevenção de recaídas.
O processo tem foco no presente, não ignorando o passado, mas entendendo que a pessoa se constrói também através de suas experiências de vida. No entanto, determinante é como ela é hoje: o que pensa, sente e como se comporta no momento atual.
Este processo promove autoconhecimento, aprendizado de novas habilidades, bem como o desenvolvimento das que já existem. Permite também obter maior controle sobre os pensamentos, emoções e comportamentos.
*Terapia breve pode ser alguns poucos atendimentos ou durar até um ano ou dois. O mais comum é uma média de 8 a 20 sessões, exceto em sintomas graves, crônicos ou distúrbio de personalidade.