por Roberto Santos
1º) O cara que se acha…
Algumas pessoas chegam ao topo da pirâmide organizacional e já se acham Tutankamon – o grande faraó… Outros nem chegam lá e mesmo assim se acham. Essas pessoas passam de humildes e serviçais cordeirinhos a lobos da estepe, intimidando aqueles que faziam parte de seu rebanho. Essa arrogância repentina pode até impressionar os menos avisados, mas com o tempo, e a primeira invertida, podem descobrir que não há cume que não possa desmoronar.
Autoconfiança, acreditar no próprio taco, ser assertivo sobre suas convicções é tudo muito bom mas quando se cruza a linha e se avança a linha na direção do narcisismo, entramos na zona de mira de muitas pessoas – algumas com tiros de elogios mas outras com balas de prata mortais. Daí, aquele carinha metido a besta que se achava o faraó pode virar apenas uma múmia.
2º) O cara que não se acha…
No outro lado da pirâmide habita aquela pessoa que nunca se acha, que não encontra a mínima razão para acreditar em si mesma. Independente do que estudou, do que realizou em sua carreira, a pessoa apenas enxerga o copo meio vazio e se flagela pelo que ainda não conquistou. Nenhuma carreira pode progredir sem a energia e a motivação de se curtir o que já se conquistou para dar um gás e ultrapassar os obstáculos e os adversários do caminho. Com sua máquina batendo pino e parando no “pit-stop” a cada volta, sua carreira jamais receberá a bandeirada da vitória.
3º) Achar que todo mundo é concorrente
As carreiras se fazem de esforço, de desafios e de conquistas. Porém, isso não acontece sem as pessoas que nos apoiam, seja um colega, um chefe ou um subordinado. Às vezes, é a pessoa que nunca imaginávamos que nos recomenda para uma promoção ou que dá aquela super-referência para conseguirmos a vaga esperada. Por isso, achar que todos que estão próximos são concorrentes e potencialmente inimigos pode fazer com que você esteja atirando no futuro agente do futuro da sua carreira. Ser ambicioso e competitivo, ser preocupado com o futuro de sua carreira é perfeito mas não veja adversários onde não há, pois senão o tiro pode sair pela culatra.
4º) Não ser ético
A discussão sobre se os fins justificam os meios geralmente é iniciada por alguém que está pensando em burlar alguma regra, infringir algum compromisso, dedurar um companheiro ou fazer uma fofoca na rodinha do café para queimar o filme do colega e ficar bem na foto com os maledicentes de plantão. Pode parecer apenas um pequeno deslize que não conta no curriculum vitae. Entretanto, uma balançada no fio de prumo da integridade, na próxima vai ser mais fácil e mais fácil e de repente, nossas espertezas e brincadeiras vão se aproximando das páginas policiais.
Uma carreira não se constrói apenas com a verdade nada mais do que a verdade, pois pequenas falhas são humanas. Porém, uma carreira não pode se alicerçar na vantagem que se procura levar sobre outras pessoas na esperança de se erguer no topo da hierarquia.