Nada tão atual quanto trazer à tona a consciência de que o Brasil é um país onde a miscigenação intensa possibilitou a formação de tipologias de pele bastante abrangentes, onde as raças americana, europeia, asiática e africana trouxeram características, hábitos de cuidado e necessidades muito diversas e complexas.
Somos frutos de todas as raças e, portanto, a riqueza de tons de pele é uma realidade que vai contra qualquer tipo de visão racista sobre brancos e não brancos. Nenhuma cor de pele é melhor ou pior do que outra, apenas possui características e necessidades que podem ser muito distintas.
O branco não é tão branco e o negro não é tão negro
O geneticista mineiro Sérgio Pena realizou um estudo profundo com muitos testes de DNA e concluiu que no nosso país o branco não é tão branco e o negro não é tão negro. Essa constatação genética mostra que é preciso ter um olhar muito diferenciado para tratar de pele por aqui. E um olhar único é fundamental, pois não há como se basear em peles nos outros locais do planeta.
Tom de pele: o que é importante saber para poder se cuidar
Se há alguma contribuição em relação à análise do tom de pele, para adotar rotinas de cuidado pessoal, passo aqui uma orientação bem simples: peles mais pigmentadas têm maior proteção em relação à radiação solar.
Conhecida como “Escala Fitzpatrick”, esta classificação de cor de pele foi criada em 1976 e é adotada no mundo inteiro, para avaliar a capacidade de cada pessoa produzir melanina frente ao estímulo da radiação solar, além de apresentar algum nível de sensibilidade e vermelhidão quando expostas ao sol:
Pele branca – sempre queima – nunca bronzeia – muito sensível ao sol;
Pele branca – sempre queima – bronzeia muito pouco – sensível ao sol;
Pele morena clara – queima (moderadamente) – bronzeia (moderadamente) – sensibilidade normal ao sol;
Pele morena moderada – queima (pouco) – sempre bronzeia – sensibilidade normal ao sol;
Pele morena escura – queima (raramente) – sempre bronzeia – pouco sensível ao sol;
Pele negra – nunca queima – totalmente pigmentada – insensível ao sol.
Esse fato já está pra lá de assimilado, de maneira que a própria Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), classifica dessa maneira a escolha dos produtos para foto proteção, na sua legislação cosmética:
Indicação |
Categoria |
Fator de proteção solar |
Pele pouco sensível a queimadura solar |
Baixa proteção |
6 a 14,9 |
Pele moderadamente sensível a queimadura solar |
Média proteção |
15 a 29,9 |
Pele muito sensível sensível a queimadura solar |
Alta proteção |
30 a 50 |
Pele extremamente sensível a queimadura solar |
Proteção muito alta |
Maior que 50 e menor que 100 |
Muito longe de acreditar que esta ou aquela cor de pele é melhor que a outra, a constatação de que as cores de pele exigem cuidados cosméticos distintos já é o suficiente para mostrar que respeito por cada ser humano é o que deve sempre prevalecer.