por Joel Rennó Jr.
“Quando estou com TPM sinto vontade de agredir fisicamente as pessoas e fico muito triste. Devo tomar calmantes ou só controlar a alimentação?”
Resposta: Há vários graus diferentes de TPM. Cerca de 3 a 9% das mulheres com TPM sofrem de sintomas físicos e psíquicos severos.
Essas mulheres referem irritabilidade extrema, crises de choro, agressividade, “pavio curto”, impulsividade, compulsões alimentares, ansiedade e depressão cerca de 3 a 10 dias antes da menstruação. O sofrimento psíquico é enorme, pode haver até pensamentos suicidas. Os prejuízos no trabalho, nas relações familiares e sociais são importantes. É como se essas mulheres se tornassem “irreconhecíveis”, até para as pessoas que convivem diariamente com elas.
Há muita banalização e jocosidade em relação ao conceito de TPM pela nossa sociedade e até parte da imprensa. Muitos acreditam ser uma síndrome leve e passageira, sem repercussões. Várias piadas existem a respeito do assunto e as mulheres que sofrem das formas mais graves podem ser subdiagnosticadas e tratadas – o que pode levar a consequências até trágicas.
O controle da alimentação e a prática de atividades físicas aeróbicas ajudam a aliviar os sintomas e são úteis. Porém, na forma mais grave de TPM, o tratamento de primeira escolha é com antidepressivo serotoninérgico (fluoxetina, sertralina entre outros) ou então com alguns contraceptivos à base de drospirenona e etinilestradiol (hormônios sintéticos). Na TPM mais grave, é importante que o ginecologista atue em conjunto com o médico psiquiatra para otimização do tratamento.
Os populares “calmantes” não resolvem, são apenas paliativos. A família deve ser orientada também para ajudar a mulher, nesses dias, a lidar melhor com situações estressoras. A psicoterapia pode ser uma importante aliada dessas mulheres.
Por último, quero ressaltar que muitos distúrbios psiquiátricos (ansiedade, depressão) podem se exacerbar no período pré-menstrual e serem confundidos com TPM. Por isso, a contribuição do médico psiquiatra é essencial para se fazer com precisão o diagnóstico diferencial.
Atenção!
Esse texto e esta coluna não substituem uma consulta ou acompanhamento de um médico psiquiatra e não se caracterizam como sendo um atendimento. Dúvidas e perguntas sobre receitas e dosagens de medicamentos deverão ser feitas diretamente ao seu médico psiquiatra. Evite a automedicação.