Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade: apenas apontamentos avulsos…

por Regina Wielenska

Um tema dessa complexidade está além de meus conhecimentos profissionais, mas quero abordar um aspecto específico, o qual pode ajudar famílias e educadores a lidar com comportamentos que parecem se caracterizar por inquietude, impulsividade, desobediência, pouca concentração, etc.

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Segundo as definições psiquiátricas, o TDAH se caracterizaria por uma série de comportamentos como os descritos em http://www.tdah.org.br/br/sobre-tdah/quadro-clinico.html . Este site pode ser de grande valia para quem quiser saber mais sobre o TDAH, um padrão de comportamento que costuma ser bastante prejudicial tanto para crianças como adultos que não recebam tratamento adequado.

O que desejo esclarecer é que por vezes os leigos e até profissionais da área da educação e da saúde podem ficar ligados fortemente aos aspectos formais do comportamento (se a criança age assim e assado, isto é TDAH e ponto final) e desconsiderar o contexto de vida no qual o comportamento surge e ao qual pode estar conectado funcionalmente. Por exemplo, será que tem mesmo TDAH uma criança que compete com os irmãos pela atenção dos pais e recebe predominantemente mais atenção (mesmo que sob a forma de advertências e supostas punições) quando age de maneira agitada do que quando fica sossegada no seu canto?

Outro exemplo seria o de escolas pouco preparadas para lidar com a criatividade, ambientes que pouco contemplam as necessidades de cada aluno ao longo da aprendizagem. Crianças que já sabem a matéria e são obrigadas a fazer tarefas mecânicas e repetitivas podem se desinteressar, ficarem dispersas. O mesmo ocorre com que está com dificuldade de aprender, e se desliga da situação para escapar do desafio que não consegue superar.

Vida adulta

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Adultos não necessariamente se ajustam todos a um único padrão corporativo. Há os que funcionam melhor em ambientes estruturados, formais, organizados de cima para baixo, regulados por normas coletivas, horários pré-definidos, etc.. Por outro lado, isso pode ser uma gaiola horrorosa para aqueles que conseguem produzir muito mais, e contribuir para a empresa, desde que tenham mais liberdade e menos regras ao longo do processo criativo.

Para cada pé há um sapato, diz o velho ditado, descobrir esse ajuste é muito importante. Muitas vezes os pais precisarão aprender a lidar melhor com seu filho; e rever práticas educacionais na família e na escola pode ser uma ferramenta terapêutica fundamental, tanto quanto medicação e terapia individual. Para isso psicólogos especializados podem oferecer terapia familiar, orientação de pais e psicoeducação. O foco da intervenção recairia sobre os problemas da família, não exatamente apenas sobre a pessoa em relação à qual há queixas de desatenção ou impulsividade.

Uma estratégia de resolução coletiva dos problemas, cada qual fazendo sua parte, pode significativamente auxiliar famílias, desfazer preconceitos, promover mudanças.

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Certamente deixei de lado muitos aspectos do assunto, e por isso mencionei um link confiável, onde os leitores curiosos encontrarão respostas a suas indagações. Até a próxima coluna!