por Gilberto Coutinho
Artrite, do grego "arthritis", é um distúrbio articular de natureza inflamatória, agudo ou crônico, caracterizado por vermelhidão, dor, calor e, às vezes, inchaço da articulação, sendo tal quadro acompanhado por modificações estruturais típicas (nodosidade e deformação). Sua origem pode estar relacionada à predisposição hereditária, a fatores psicológicos (emocionais), ambientais e alimentares (alergias, alimentos acidificantes e toxinas).
Juntamente com a artrite, que pode ser conseqüência de um traumatismo ou devida a uma enfermidade (reumatismo articular agudo, gota, poliartrite crônica evolutiva, blenorragia etc.), diversas doenças podem ocorrer. As artrites de curta duração como as de ordem infecciosa, quando tratadas adequadamente, não deixam seqüelas. As artrites com evolução crônica apresentam resultados variáveis, dependendo da cronicidade do problema. Quando a sua natureza é infecciosa (bacteriana), o tratamento deve ser iniciado o mais rápido possível.
A artrite é uma condição inflamatória crônica que afeta todo o corpo. As articulações tipicamente envolvidas são as das mãos, pés, punhos, tornozelos e joelhos. Cerca de 1 a 3% da população são afetados por esse mal; as mulheres representam a proporção de 3/1 em relação aos homens, e o período mais comum em que a doença se manifesta é o de 20 a 40 anos, embora possa manifestar-se em qualquer idade.
Sintomas
Fadiga, estado febril, fraqueza, rigidez articular e dor articular vaga podem preceder ao aparecimento de articulações dolorosas, durante várias semanas. A dor intensa, acompanhada de inflamação, afeta as articulações pequenas e, posteriormente, todas as articulações do corpo.
Artrose, do grego "arthron", "articulação", é uma doença crônica que afeta as articulações, causando nelas um desgaste; de natureza degenerativa e deformante, pertence ao grupo das doenças reumáticas. Caracteriza-se por inflamações, dor, endurecimento articular progressivo, pela destruição da cartilagem articular o que ocasiona atrito entre os ossos, e a de seus constituintes ósseos, podendo evoluir para uma atrofia articular e muscular. As causas são variáveis, tais como predisposição hereditária, obesidade, sedentarismo, excesso ou sobrecarga de atividade física, fatores emocionais e dietas alimentares (alergias).
A artrite atinge, preferencialmente, as articulações de apoio: o quadril, o joelho, as articulações da coluna vertebral (cervical, dorsal ou torácica e lombar), as articulações móveis das mãos e dos pés.
Freqüentemente associado a pessoas mais velhas, o problema aumenta com a idade, no entanto pode manifestar-se precocemente em pessoas obesas, em decorrência de fraturas que acometam as articulações, infecções, doenças reumáticas e desvios dos eixos anatômicos dos ossos. É um tipo de "envelhecimento" articular. As pessoas que sofrem de artrose podem sentir uma certa dificuldade, pela manhã, de exercitar a articulação; tal dificuldade pode diminuir ao longo do dia.
Deve-se suspeitar de um quadro de artrose, quando surgirem dores articulares que melhoram com repouso e uso de antiinflamatórios e quando ocorrerem alterações significativas no formato da articulação. Deve-se iniciar o mais precocemente possível o tratamento, pois, quando esse é realizado tardiamente, muitas vezes, o distúrbio torna-se irreversível. Nos estágios mais avançados, a dor pode ser amenizada.
Tratamento Holístico
É perfeitamente possível tratar efetivamente a artrite e a artrose com remédios botânicos (que apresentam propriedades antiinflamatórias, antialérgicas e beneficiam as glândulas adrenais), suplementos nutricionais, acupuntura, terapia ortomolecular, terapia corporal, Yogaterapia e massoterapia.
O bom resultado sempre dependerá da pessoa, de sua colaboração durante o tratamento, do profissional de saúde e de uma terapêutica individualizada e efetiva. É essencial que se evitem os fatores desencadeantes da doença e que se busque inibir a sua evolução.
Dieta
Recomenda-se uma dieta saudável, rica em alimentos integrais, em vegetais e em fibras; pobre em açúcar, em carne, em carboidratos refinados (açúcares e amidos), em frituras e em gorduras saturadas (terrivelmente prejudiciais à saúde). Eliminando-se o consumo de gorduras de origem animal, pode-se conseguir uma redução importante nas dores e nos processos inflamatórios.
Os alimentos com probabilidade de provocarem ou agravarem os sintomas são: trigo, milho, leite e seus derivados (queijos e manteiga), carne de porco, bacon, carne de boi, ovos, laranja, limão, tomate, batata, berinjela, pimentas, óleos vegetais ricos em ômega-6 (de milho, açafrão e girassol), aveia, centeio, café, malte, amendoim, açúcar de cana, soja, tabaco (cigarro) e bebidas alcoólicas.
Os alimentos que podem aliviar os sintomas são: peixes gordos de água gelada (salmão, arenque, cavalinha, sardinha e atum), óleo de fígado de bacalhau, dieta vegetariana, frutas ricas em flavonóides (cerejas, acerolas, amora azul e preta etc), alho, cebola, gengibre, açafrão-da-índia, camomila e cravo.
Análise psicoterápica
Assim, é possível considerar que toda doença apresenta uma função implícita, a de reintegrar o "ser", a de fazer com que a pessoa seja mais "sincera" e "honesta" consigo mesma e com os demais, que se volte para si mesma, para o seu interior, para as suas reais fragilidades e necessidades e reflita sobre a sua vida, suas dores, seu comportamento e hábitos nocivos.
Muitas vezes, as articulações refletem o estado de espírito, a "flexibilidade" interior, ou seja, psicológica e emocional. Em geral, pessoas obstinadas pelo trabalho, hiperativas, perfeccionistas, agressivas, teimosas, impulsivas, psicologicamente rígidas, inquietas, desassossegadas, ambiciosas, que estão sempre "correndo" de um lado para o outro, com excesso de atividade física e trabalho, que se "sacrificam" pelos outros com exagero, ignorando os seus próprios limites, apresentam uma predisposição ainda maior de sofrerem de atrite e artrose.
A hiperatividade pode refletir uma "inflexibilidade" e uma "estagnação" interior, pois a "imobilidade" e a "inflexibilidade" da consciência perante o valor pessoal, perante os conhecimentos, perante o "poder" econômico e social de que se julga detentor, são compensadas por um mecanismo inconsciente de defesa, na forma de inquietações, movimentos, curiosidades e de atividades físicas e/ou esportivas intensas.
Não raro, a pessoa que sofre de artrite vive em um ambiente familiar conflitante; daí, tal problema pode também significar um certo "endurecimento" da afetividade, sentimentos sufocados, idéias e conceitos rígidos, alergias a familiares e a outras pessoas.
Já o reumático bloqueia, deposita e retém toda a "agressividade" e tensão ao longo de sua musculatura que, com o tempo, acaba inflamando-se e tornando-se dolorida.
Inconscientemente, toda dor sentida poderia ser destinada a uma outra pessoa? Será que um exame de consciência propiciaria à pessoa acometida de dores reconhecer a quem de fato essas mesmas dores deveriam pertencer?