por Gilberto Coutinho
Divertículo é uma invaginação(hérnia), em geral benigna, em forma de saco que pode ocorrer em qualquer parte do trato gastrointestinal (intestino grosso, esôfago e bexiga).
Normalmente, os divertículos acometem mais o cólon sigmóide, última porção do intestino grosso que mede cerca de 40 cm de comprimento, situado logo acima do reto (parte terminal do tubo digestivo, após o cólon sigmóide e que termina no ânus).
A presença de vários divertículos sobre a mucosa do intestino grosso é denominada diverticulose cólica ou do cólon. Muitas vezes, essa condição torna-se mais freqüente após os 40 anos de idade.
A diverticulose é uma doença degenerativa, constituída por pequenas lesões que podem aprofundar-se até a porção vascular e alcançar vasos sangüíneos e artérias que irrigam a camada muscular do intestino grosso.
O diâmetro dos divertículos pode variar de 2,5 mm a mais de 2,5 cm. Um divertículo pode tornar-se gigante, embora raramente, seu diâmetro pode chegar de 2,5 cm a 15 cm. Em geral, uma pessoa pode desenvolver apenas um divertículo gigante, e quase todas as pessoas de 90 anos de idade apresentam muitos divertículos.
Não raro, a diverticulose não necessita de reparo cirúrgico, mas os divertículos gigantes sim, pois encontram-se mais propensos a provocarem infecção e perfuração.
As fezes retidas em um divertículo podem causar não apenas um sangramento, mas também inflamação, infecção, febre e dores na região esquerda do abdômen (cólon ascendente). Quando um ou mais divertículos inflamam, então temos uma condição denominada diverticulite.
O problema predispõe à malignitude em cerca de 10% dos casos em pessoas acima de 60 anos. Nos Estados Unidos, a maior parte das pessoas a partir dessa idade apresenta diverticulose.
Sintomas
Grande parte das pessoas acometidas pela diverticulose parece ser assintomática. Os sintomas só surgem, quando os divertículos inflamam, desenvolvendo-se um quadro agudo de dor e espasmos.
Alguns pesquisadores acreditam que, quando surgem cólicas dolorosas inexplicáveis, diarréia, febre, sangramento e alterações do funcionamento intestinal, a causa encontra-se na diverticulose.
O divertículo pode sangrar, o sangue escorrer para o interior do intestino e ser eliminado pelo reto. Isso acontece, quando as fezes retidas no divertículo lesam um vaso sangüíneo, mais comumente uma artéria situada ao seu lado.
O sangramento é mais comum, quando os divertículos estão localizados no cólon ascendente; e menos comum, quando eles estão localizados no cólon descendente.
A coloscopia (exame visual do interior do cólon através de um tubo flexível, introduzido pelo ânus, provido de uma pequena câmera) auxilia na localização da origem do sangramento.
Terapêutica
Somente se deve fazer uso de remédios e medicamentos sob a orientação e a prescrição terapêuticas. Deve-se combater a automedicação.
O tratamento naturopático no combate da diverticulite inclui o uso de antiinflamatório botânico, até que o processo inflamatório seja completamente erradicado, e, principalmente, mudanças nos hábitos alimentares. Dentre as causas do problema encontram-se: afrouxamento da musculatura lisa do intestino grosso (o que acomete mais as pessoas idosas), hábitos dietéticos errôneos, dieta à base de produtos industrializados e de carne, e pobre em vegetais e fibras, que acabam intoxicando, irritando e enfraquecendo a mucosa do intestino, causando espasmos do cólon e dos músculos periféricos e debilitam as pregas intestinais e certas regiões musculares.
– Recomenda-se uma dieta saudável, nutritiva e balanceada, rica em fibras (farelo de arroz, aveia, farelo da semente de linhaça, gérmen de trigo e miolo da semente de girassol; 50 g/dia de mistura de fibras) e vegetais (legumes, hortaliças, leguminosas, frutas, cereais e tubérculos).
– O gérmen de trigo (Triticum sativum) é tônico, fortificante, revitalizante, complemento alimentar vitamínico, emoliente (exerce efeito calmante sobre as mucosas inflamadas e a pele, combatendo o endurecimento dos tecidos) e estimulante.
– O farelo de trigo não é indicado, quando há sensibilidade intestinal, como ocorre na síndrome do intestino irritável, por predispor a afecções alérgicas e má absorção; o que pode agravar em caso de diverticulite.
– Deve-se evitar o leite e derivados, caso haja intolerância à lactose (açúcar do leite). A intolerância à lactose é causada pela ausência de uma enzima chamada lactase, que decompõe a lactose; tal intolerância manifesta-se desde o nascimento por diarréia ácida e pela eliminação de lactose na urina (lactosúria).
– Mastigar bem os alimentos antes de engoli-los, pois a digestão começa na boca com a mastigação e a salivação.
– Hidratação intestinal, beber água durante todo o dia.
– Devem ser evitados alimentos que possam causar algum tipo de alergia e intolerância.
– Devem ser evitados laxativos.
– Deve-se verificar a existência de candidíase intestinal (afecção causada por leveduras) e combatê-la (pois o problema favorece o desenvolvimento de reações alérgicas e pseudo-alergias).
– Fatores psicológicos tais como problemas emocionais, estresse, ansiedade, fadiga, depressão, sentimentos de hostilidade, insônia e dificuldades de adaptação aos eventos da vida devem ser combatidos.
– Deve-se fazer uso de lactobacilos acidófilos após o uso de antibiótico e antiácido.
– Remédios, antiespasmódicos botânicos (que aliviam os espasmos musculares) e suplementos nutricionais: cápsula gelatinosa de extrato concentrado de Aloe vera (babosa), umectante, emoliente, antiinflamatório, refrescante e regenerador de tecidos; Óleo de Hortelã com revestimento entérico (tal revestimento impede que o óleo seja liberado no estômago; combate a contração gastrintestinal e alivia gases); chá de Zingiber officinale (gengibre) antes das principais refeições, apresenta propriedades estomáquicas (estimulante da digestão), carminativas (que eliminam os gases), estimulantes da circulação periférica, antiinflamatórias e tônicas; Matricaria chamomilla (camomila), antiespasmódica, carminativa, calmante, cicatrizante, tônica e emoliente; Valeriana officinalis (valeriana), antiespasmódica, anticonvulsiva, sedativa e relaxante; Rosmarinus officinallis (alecrim), estimulante geral, estomáquico, anti-séptico, carminativo, diurético e anti-reumático; Melissa officinalis (melissa), diurética, sedativa, estomáquica, antiespasmódica, carminativa, tônica, antiinflamatória e hipotensora; Uncaria tomentosa (Unha-de-gato), apresenta uma potente atividade antiinflamatória, também antialérgica, cicatrizante, antitumoral, antibacteriana, antiviral, inibidora da carcinogênese e melhoria na imunidade; Chlorella regularis (clorela), rica em proteína, vitaminas e sais minerais, contém oito aminoácidos essenciais e todos os não essenciais; Ômega-3; Complexo amplo de enzimas digestivas; Complexo amplo e completo de aminoácidos; Lactobacilos acidófilos; Complexo B; Beta-caroteno; Vitamina C; Selênio orgânico; Zinco e Coenzima Q10.