por Tatiana Ades
Uma escolha errada pode gerar muitas decepções e frustrações no decorrer da vida.
Porém, quando a pessoa se apaixona perdidamente por outra, levando em consideração apenas aquilo que vê e pelo que é atraída, normalmente não consegue enxergar um palmo à sua frente. O racional fica de fora e ela só pensa e age pelo que sente.
E nesse quadro, quando a separação ocorre, teremos a “abstinência”, a falta de contato com o outro, que irá nos proporcionar dor e sofrimento.
Mas dor e sofrimento são iguais? Não!
A dor é o primeiro sintoma, é o mal-estar que surge no início e que deve ser tratado e cuidado. Caso essa dor não seja tratada, entraremos no “sofrimento” , que é uma dor contínua, crescente, forte e que parece ser eterna.
O sofrimento foi chamado por Freud de melancolia. Dizia ele que um luto de amor mal resolvido poderia nos levar às mais instáveis sensações, verdadeiros furacões internos, a própria neurose depressiva dentro de nós, enraizada, presa.
Gosto de comparar o sofrimento como um órgão fantasma. Vamos imaginar que uma pessoa sofra um acidente e perca um braço. Essa pessoa continuará a "sentir" esse membro que já se foi, talvez pelo resto de sua vida, a dor (psíquica) continuará presente na mente da pessoa acidentada. O mesmo acontece com algumas pessoas que não conseguem lidar com a separação. Elas estão conscientes de que o outro foi embora, mas como um membro fantasma, o outro passa a ser uma “pessoa fantasma”, que continua a assombrá-la em constante ira, sofrimento, lamentação e negação da realidade.
O sofrimento tem cura sim, mas é muito importante observarmos a dor como princípio de um caos que pode estar chegando.
Três dicas para não transformar dor em sofrimento
– Não ignorá-la é o melhor a ser feito;
– Trabalhar o nosso desapego frente a uma separação é o melhor caminho para eliminar os sintomas da abstinência. Esse desapego trará o desamor e uma nova chance para a busca do novo;
– Persistir no antigo é ter o "membro amputado" e ainda acariciá-lo em lágrimas. Não vale a pena!
Sintomas da abstinência:
– dor de cabeça
– cansaço extremo
– medos infundados
– sensação de vazio crônico
– insônia
– vômitos
– falta de apetite
– pânico
– vontade de morrer
– depressão profunda