por Flávio Gikovate
As pessoas com pouca tolerância à dor e à frustração desenvolvem grande pavor de abrir efetivamente seu coração para os novos elos pertinentes à vida adulta no que tange o relacionamento amoroso.
Para elas, as mágoas infantis ligadas às inevitáveis rejeições são feridas abertas, de modo que não ousam correr o risco de novas experiências. Além disso, tem de si um juízo negativo. Isso em virtude da consciência da fraqueza derivada da pouca competência para o sofrimento. E, em sua percepção, entendem que a rejeição será inevitável.
Assim, escondem suas verdadeiras sensações exatamente com o intuito de retardarem uma suposta rejeição; e tratam de se mostrar fortes e autossuficientes. Como não se sentem confiantes em se aventurar no encontro amoroso, enfatizam o ingrediente da vaidade que se acoplou ao amor; querem se sentir amados por criaturas que elas admiram. Querem aparentar virtudes capazes de atrair admiração; mas não querem ou não podem amar efetivamente.