por Flávio Gikovate
“A vaidade penetra também no mundo das ideias e perturba o funcionamento da razão humana”
Dou sequência ao mote desta coluna – Vaidade como Vício – que tem como fio condutor a frase: A vaidade está presente em toda ação humana.
A vaidade não nos contamina somente com adornos, joias, carros e roupas caras…
No texto anterior (clique aqui e leia), disse que a vaidade se expande como o tentáculo de um polvo e nada fica excluído. Dessa forma, ela invade também a atividade intelectual ou pretensamente intelectual.
Ela penetra também no mundo das ideias e perturba o funcionamento da razão humana. Hoje, nesses tempos de Facebook, boa parte das pessoas compartilha ideias e frases lapidares sobre qualquer tema para, no fundo, mostrar ‘o melhor de si’, muitas vezes apresentando uma autoimagem fake nessa poderosa vitrine virtual. Por exemplo, frases de efeito sobre o amor ou sobre como deve ser amar, jorram aos borbotões, e pasmem, muitas vezes por gente mal resolvida nesse território.
Desejo de admiração fomenta sede de conhecimento
O fato de uma pessoa ter boa inteligência e ter acumulado certa quantidade de conhecimento lhe traz a sensação de prazer causada pela vaidade. Será olhada com admiração quando citar ou compartilhar um autor importante. Nesse caso, por exemplo, ela exibe poemas ao invés de joias e pedras preciosas.
Mas o prazer derivado da admiração é o mesmo. Ela pode-se tornar uma acumuladora de conhecimento não apenas em virtude de sua curiosidade, mas também para ser admirada. Será pouco – ou nada – diferente daquela que acumula dinheiro para o mesmo fim.