por Flávio Gikovate
"Quando a humilhação é percebida por comparação com uma situação de maior destaque do outro, ela poderá gerar ressentimentos contra a pessoa em evidência e essa é a raiz do que se chama inveja"
A partir do momento que nos acostumamos com certa dose de prazeres derivados de nos destacarmos, de chamarmos a atenção das pessoas, é possível que a simples inexistência dessa condição já seja percebida pela nossa consciência como desagradável e triste.
Ou seja, o fato de não nos destacarmos por certo período de tempo, deixa de ser vivenciado como ausência de prazer e passa a ser sentido como desprazer.
Assim, à medida que nos viciamos com a vaidade – como meio de neutralizar nossas dores – a sua não realização faz reaparecer as sensações de inferioridade que ela trata de esconder.
Dessa forma, a ausência de satisfação exibicionista passa a ser geradora de dolorosa sensação de humilhação de estarmos por baixo de novo. Neste caso a sensação de inferioridade tem base absoluta. Se por outro lado, estamos numa fase discreta e outra pessoa de nosso convívio se destaca e atrai as atenções; poderemos nos comparar a ela e nos sentirmos humilhados por tomarmos ela como padrão, aqui a sensação de inferioridade é relativa.
Quando a humilhação é percebida por comparação com uma situação de maior destaque do outro, ela poderá gerar ressentimentos contra a pessoa em evidência e essa é a raiz do que se chama inveja.
Em breve tratarei deste tema com uma atenção especial.