por Regina Wielenska
Gostei muito de um vídeo: nele, um casal estava acompanhado da filha pequena, no que parece uma sala de espera. No mesmo banco, também aguardava em silêncio um rapaz de cor de pele diferente da família. Essa afastou a criança para que o moço não se aproximasse dela. Uma atitude acintosa, ofensiva mesmo.
Abre-se uma porta, surge um médico que a família saúda entusiasticamente. O médico convida todos a entrarem no consultório e lhes diz que concordou em apresentar a eles quem havia doado a medula que salvou a vida da menina. Tratava-se do rapaz que fora escancaradamente discriminado.
Um dos problemas que acompanha a condição humana é que temos dificuldade de acolhermos respeitosamente qualquer pessoa que escape dos padrões que aprendemos serem os corretos, justos e possíveis. Surge daí toda sorte de discriminação.
Diferenças étnicas, religiosas, de gênero, entre tantas outras, poderiam muito bem não existir se práticas precoces de educação, implementadas nas famílias e escolas, ensinassem as crianças a diferenciarem pessoas conforme, por exemplo, sua capacidade de agir de forma honesta, solidária e respeitosa para com os outros. Numa sociedade assim, comportamentos prossociais e éticos poderiam prevalecer, tornando-se um valor prioritário.
Estaria eu sonhando demais? Deve ter sido por conta da Páscoa e da Pessach; ambas as celebrações, cada uma de seu jeito, tratam exatamente de questões relacionadas ao amor ao próximo e aí meu coração de pedra começou a amolecer… Aos meus leitores desejo tolerância, paciência e amor.