por Saulo Fong
É comum numa sociedade com valores tradicionais rígidos e repressivos haver comportamentos que transgridam a regra geral. Um desses comportamentos pode inclusive gerar uma nova vida.
É o caso dos filhos(as) de pessoas (homens e mulheres) casados que tiveram um filho fora do casamento.
É mais comum também nessas situações ser o homem que acaba tendo um filho fora do casamento, apesar de existirem também mulheres que engravidem de homens que não são seus atuais maridos.
Vou abordar este tema levando em conta apenas o essencial e, por isso, abordarei pelo ponto de vista da pessoa que sofre a maior pressão nessa situação: o filho(a).
Essa pressão existe justamente por causa dos valores religiosos e culturais de nossa sociedade. Valores esses que julgam, reprimem e excluem. Muitas dessas crianças crescem ouvindo que foram frutos de um erro do pai, da mãe ou de ambos.
Isso faz com que muitos filhos acabem julgando, negando e excluindo uma ou ambas as pessoas que foram responsáveis pela sua própria existência. Algumas pessoas que se encontram nessa situação falam com desdém sobre o "erro" que seus pais cometeram, sem sequer dar-se conta de que se não fosse por causa desse "erro", elas nem estariam alí para contar essa história.
O peso, a culpa e a negação daquilo que é essencial pode até fazer com que tais pessoas (os filhos) sejam novamente personagens de situações semelhantes em suas próprias relações. Às vezes, replicando até mesmo o comportamento daquela pessoa que eles mais rejeitam.
O caminho para plenitude nessa situação está na aceitação de ambos os pais para que o filho(a) possa tomar a vida com todas as suas forças. É um caminho que requer coragem, humildade e abertura.