Da Redação
“Quando o paciente se arrepende, o que por vezes ocorre, existe a possibilidade da reversão. Contudo, não há garantia absoluta de sucesso. O organismo pode deixar de reconhecer seu próprio esperma e desenvolver anticorpos contra ele. Se isso acontecer, são poucas as chances da reversão cirúrgica prover espermatozóides capazes de gerar uma vida”
Cresce o número de homens que assumem para si a responsabilidade pela contracepção. Em levantamento feito pelo Ministério da Saúde, em 2007 mais de 37 mil homens foram submetidos à cirurgia, sendo que no ano anterior o numero registrado foi de 22 mil – e esses dados avaliam apenas os procedimentos realizados em hospitais públicos, desconsiderando as clínicas privadas.
O fato é que os homens decidiram compartilhar a responsabilidade pelo planejamento familiar com a parceira, especialmente se ela vivencia efeitos adversos dos métodos contraceptivos mais usuais. “A vasectomia tem o mesmo efeito do suprimento vitalício das pílulas anticoncepcionais nas mulheres, porém, não apresenta efeitos colaterais”, explica o urologista Evandro Cunha.
Vasectomia: intervenção simples, dura em torno de 20 minutos
De acordo com o médico, outra vantagem do procedimento é que ele não é agressivo como a laqueadura das trompas. A intervenção é simples, dura em torno de 20 minutos e a recuperação do paciente é breve – são cerca de duas horas em repouso após a cirurgia e 48 horas para o restabelecimento da atividade sexual. “Durante o procedimento, o médico corta os canais deferentes, que transportam o esperma dos testículos para o pênis, e amarra as duas extremidades. Com a interrupção dos dutos deferentes o sêmen fica sem espermatozóides”, descreve o urologista.
Considerada um método seguro e permanente, a vasectomia deve ser resultado de uma decisão consciente. “Embora seja um excelente método contraceptivo, o procedimento não pode ser banalizado. Deve ser feito por homens acima dos 35 anos e com pelo menos dois filhos”, indica. Vale lembrar que o método só tem eficácia atestada após 30 dias, com diagnóstico médico, que analisa o espermograma do paciente, para então descartar o uso de outros métodos contraceptivos.
Vasectomia: chances de reversão
Quando o paciente se arrepende, o que por vezes ocorre, existe a possibilidade da reversão. Contudo, não há garantia absoluta de sucesso. “O organismo pode deixar de reconhecer seu próprio esperma e desenvolver anticorpos contra ele. Se isso acontecer, são poucas as chances da reversão cirúrgica prover espermatozóides capazes de gerar uma vida”, ressalta o médico.
De acordo com o urologista Evandro Cunha, até os primeiros 5 anos do procedimento a reversão tem sucesso em uma média de 73% dos casos. De 5 anos em diante pode-se conseguir sucesso na reversão em 40% dos casos.