Por Emilce Shrividya Starling

Como simbolicamente podemos dizer: O Yoga cria músculos na alma, desenvolve a firmeza, a determinação, a coragem e o entusiasmo.

Para vencer a si mesmo é necessário esforço sobre si, autodomínio, aceitação, paciência, força interior. Este autoesforço deve começar em nossa mente, na constância de nossos propósitos, na perseverança de nossos ideais, na determinação de se esforçar para superar as dificuldades e desafios.

O texto budista, Dhammapada, A senda da Virtude, diz nessa estrofe:

“Embora um homem conquiste numa batalha mil vezes mil homens,
O maior vitorioso em batalha seria em verdade aquele que conquistasse a si mesmo.
A conquista de si mesmo é deveras melhor do que a de toda esta outra gente.“

Não permita que um obstáculo pare você. Não se dê nem mesmo a chance de se abater porque quando permite, isso se torna uma tendência e se repete continuamente.

Adquira força para percorrer o caminho

A constância, a tolerância, a firmeza no Yoga são qualidades inestimáveis que lhe fortalecem e lhe ajudam muito a superar os problemas em sua caminhada. A prática da hatha yoga e da meditação torna seu corpo forte, refreia os desejos e purifica a vontade.

Como disse o Mestre yogue Baba Muktananda: “Até que a batalha seja vencida, pratique Yoga incansavelmente. Continue a lutar até se tornar destemido. Confie em seu próprio Ser interior”.

É necessária a disciplina mental para ir conseguindo o autodomínio da mente. O melhor método é: identifique e cultive estados mentais positivos, identifique e elimine estados mentais negativos.  Este é um processo de aprendizado, de prática constante, de determinação firme, de perseverança, de aplicação diária dos ensinamentos e da meditação regular.

A disciplina do Yoga não é autopunição ou severidade, e sim o autocontrole, moderação e equilíbrio. Assim como um homem maneja um cavalo com firmeza e consideração, assim também deve manter seu corpo, seus sentidos e sua mente.

O Katha Upanishad, uma escritura indiana, usa essa imagem quando diz: “Os sentidos são os cavalos; as estradas que eles viajam são os labirintos dos desejos.

Quando falta a um homem discernimento e sua mente está descontrolada, seus sentidos são incontroláveis, como os cavalos rebeldes de uma carruagem. Mas quando um homem tem discernimento e sua mente está controlada, seus sentidos o obedecem, assim como os cavalos bem treinados de uma carruagem obedecem ao freio. O homem que tem um bom entendimento e uma mente controlada – é ele que alcança o fim da jornada”.

O terceiro verso dos Oito versos para o Treinamento da mente diz:

‘Que eu aprenda, em todas as ações, a observar a mente, para que, tão logo surja uma emoção perturbadora, que traga, a mim e ao outro, algum sofrimento, que eu a enfrente com firmeza, afastando-a”.

As emoções perturbadoras como raiva, orgulho, inveja, ciúme, desejos são obstáculos à paz interior e felicidade. Essas emoções negativas são nossos verdadeiros inimigos e não podemos permitir que continuem em nossa mente. Devemos bloqueá-las imediatamente, usando os antídotos, que são as qualidades opostas.

Devemos pensar na qualidade oposta usando a razão para produzir uma atitude contrária. Em vez de raiva, cultivar o amor, em vez de orgulho, cultivar a humildade, em vez da inveja, pensar na bondade, em vez de alimentar o ciúme, pensar em confiança.

É importante usar imediatamente o antídoto adequado e interromper a emoção perturbadora antes que ela crie raízes e se desenvolva. Daí a vigilância sobre os pensamentos, substituindo os pensamentos negativos pelos seus opostos.

No entanto, se não conseguir fazer isso, afaste pelo menos a mente dessa emoção aflitiva.  Sinta a respiração. Inspire e expire algumas vezes. Faça uma caminhada.

Ouça música zen ou mantras

Lembre-se muitas vezes do mantra Om Namah Shivaya, que significa: Eu honro Deus que habita em mim. Busque refúgio no Senhor, mentalizando: “Ó Deus que está no profundo de minha alma, ó força infinita, manifestai-Vos em mim”.

É errado gerar e alimentar essas emoções perturbadoras, porque quando a mente fica sob a influência dessas emoções, além de nos sentirmos desconfortáveis e infelizes, também fazemos más ações verbais e físicas que nos causarão sofrimentos futuros.

Um ditado diz: “Se quiser saber o que fez no passado, examine seu corpo agora; se quiser saber o que vai lhe acontecer no futuro, observe o que sua mente está fazendo agora”.

A teoria das ações e seus efeitos significa que nosso corpo atual e nossa situação geral foram criados pelas ações que fizemos no passado. E, que nossa felicidade ou sofrimentos futuros estão em nossas mãos nesse momento presente.

Precisamos compreender que os atos errados conduzem ao sofrimento e as ações corretas conduzem à felicidade. Para evitar o sofrimento e sermos felizes devemos desenvolver virtudes, como bondade, caridade, altruísmo. A paz de espírito tem como origem o afeto e a compaixão.

Para adquirimos essa boa atitude, devemos utilizar de maneira correta nossa inteligência e conhecimento correto para provocar mudanças de dentro para fora e desenvolver um bom coração. Quanto mais autoesforço, mais atraímos a graça divina e adquirimos sabedoria, discernimento e bondade.

A felicidade que buscamos no mundo está dentro de nós. Mas não é suficiente termos uma compreensão intelectual disso. Precisamos aquietar nossa mente, sentir gratidão por todas as pessoas, coisas e acontecimentos. Mergulhar em nosso interior através da meditação e canto dos mantras para encontrarmos os tesouros interiores como contentamento e paz interior.

Ao acordar, todos os dias, desenvolva uma motivação positiva sincera, pensando que vai viver e utilizar esse dia de um modo muito positivo e útil. Fortaleça os aspectos positivos da mente através da disciplina interior e tenha serenidade e uma vida mais feliz.

Namaste! Deus em mim saúda e agradece Deus em você! Fique em paz!