por Samanta Obadia
Em todos os momentos na vida devíamos estar atentos às batidas de nosso próprio coração.
Hoje, discutindo sobre valores com minha filha, percebi o quanto se perde tempo inutilmente. Ainda que o motivo fosse nobre, determinadas energias não deviam ser dispensadas.
Em meu coração algo descompassava e eu não sabia por quê.
Chegando em casa, ‘re-equilibrei’ minha mente em meu corpo, e entendi que o descompasso vinha do desvio do principal.
Uma querida aluna amiga está no CTI de um hospital, e minhas orações como envio de luz para sua saúde, neste instante, é o que devia ser priorizado. Ao fazê-lo, percebi o quanto se perde em vão, atos ao longo de nosso dia.
Imaginem essa dispersão ao longo de nossas vidas. Lembrei-me então do filme “Mãos Talentosas” (Direção: Thomas Carter (EUA/2009), quando em uma cena, a mãe desliga a TV, que seus dois filhos assistem com frequência, e lhes obriga a trocar o tempo dispensado pela leitura de dois livros por semana. A vida dos meninos mudou radicalmente, e eles tiveram um grande sucesso na vida profissional e pessoal.
Agradeço aos meus familiares e professores que me estimularam a estudar, e às dificuldades que tive para sempre buscar mais conhecimento. Pois sei, que isso me transformou em quem sou, e a entender o verdadeiro sentido do amor caridoso.
O tempo é um bem precioso que recebemos, o corpo humano é um instrumento fantástico e a razão, uma dádiva incrível, mas é a generosidade que os torna divinos. É a necessidade de conjugar a caridade com a verdade, na direção assinalada por S. Paulo da « veritas in caritate » (Ef 4, 15).
Meu espírito filosófico está sempre em busca da verdade como forma de crescimento. Contudo, é na intuição desses simples movimentos internos que me deparo com o que há de mais humano em nós, o valor da vida.