por Tatiana Ades
O estudo "Vigilância no Facebook" de antigos parceiros realizado na Universidade de Brunel (Londres), indica que vigiar ex-namorado no Facebook leva ao aumento da angústia e ansiedade.
Agora, imagine as consequências de *stalkear o namorado (a) ou o marido (esposa)?
Relacionamento amoroso: mau uso das redes sociais
A forma como parte das pessoas usa as redes sociais vem provocado brigas e até separações entre casais. Em consultório, uma das principais queixas dos pacientes está vinculada ao uso que se faz dessas redes. O motivo é o ciúme decorrente de postagens e de novos contatos feitos pelo companheiro.
Ana Amelia (nome fictício) me conta que passa cerca de seis horas por dia no Facebook vigiando o perfil do namorado. Ela observa tudo: quais postagens ele “curte “, quais pessoas entraram pra sua rede de amigos, quantas mulheres falam com ele, de que forma falam e se ele responde ou não a elas.
Sua insegurança chegou ao ponto de ficar conectada à página do namorado até mesmo no trabalho, perdendo o foco de suas tarefas como secretária. As discussões com seu parceiro são diárias e ele chegou a cancelar o perfil várias vezes e voltou, pois ela assim lhe exigiu, argumentando que ele poderia criar um fake para enganá-la.
Eduardo (nome ficiticio) também chega no consultório eufórico e exclama:
– Consegui as senhas … as senhas do Facebook e de outras redes sociais dela!
Ele me conta que passou a noite digitando senhas até sentir o prazer de ter acesso ao mundo secreto da namorada, ler mensagens pessoais e verificar com que amigos ela conversava em segredo. Ele não encontrou nenhum sinal de traição, mas está tão obcecado com a possibilidade de vigiá-la virtualmente, que não consegue parar; diz que algum dia achará uma pista.
Amélia (nome ficiticio) terminou um casamento por causa do Facebook. Ela começou a mandar mensagens para as mulheres da lista de contato do marido, chamando-as de nomes vulgares e pedindo para ficarem longe dele. Além disso, criou um perfil fake para testar a fidelidade do marido, seduzindo-o e enviando mensagens eróticas e provocadoras. E no dia em que ele aceitou receber uma foto da desconhecida e se mostrou mais aberto e simpático, ela diz que sentiu ciúme do próprio fake e esperou ele chegar em casa para iniciar mais uma briga violenta. Mas dessa vez ele não suportou e foi embora de casa.
Cada vez mais a sociedade se transforma numa espécie de stalker virtual. Muito próxima ao objeto amado, tem a possibilidade de espioná-lo.
A brincadeira de estar numa espécie de reality show cibernético transforma as pessoas em seres muito mais desconfiados, ciumentos e bisbilhoteiros. As possibilidades de traição aumentam com a internet, por isso a desconfiança também.
Mas… confiança é incondicional, independe de época e de valores sociais. Deveríamos aprender a exercitar mais esse canal tão fechado.
Esperto que tenham “curtido’ o artigo e que compartilhem.
* Stalkear: obsessão em perseguir a vitima sem parar, seguindo, telefonando, enviando mensagens, etc.