Por Celso da Silva
Visagismo é um termo empregado recentemente no segmento de beleza e tem por objetivo expressar a personalidade do indivíduo. Ou seja, criar uma identidade visual, onde se busca a leitura de suas sensações internas como alegria, empatia, medo… Com isso, o indivíduo servindo-se de recursos técnicos estéticos (visagistas) como corte de cabelo apropriado, maquiagem adequada… consegue ser reconhecido como um ser único.
Para compor o visual alinhado à personalidade, o visagista considera habilidades encontradas na pessoa, como por exemplo, austeridade, amabilidade, para que essas sejam exteriorizadas evidenciando ‘o melhor’ dessa personalidade. Ou então o que o cliente deseja expressar em determinados contextos como no trabalho, no ambiente de estudo ou familiar.
É evidente a problematização quanto à aceitação do eu, mediante padrões estéticos midiáticos, no qual a pessoa impõe ao organismo um comportamento comprometedor em relação às suas possibilidades, causando frustração pelo não alcance do padrão de beleza ou da imagem corpórea idealizada. Isso gera transtornos psicológicos e desmorfismos como anorexia e bulimia por exemplo – veja aqui)
O trabalho do profissional visagista inicia-se com uma consulta onde o mesmo planeja, coleta, informa, acompanha e realiza as transformações devidas, podendo inclusive ser acompanhado por outros profissionais, caso não possua determinadas habilidades. Assim, cabeleireiros, maquiadores, esteticistas, psicólogos, entre outros, são idealizadores para o perfeito equilíbrio do visual.
O visagismo por estar atrelado ao bem-estar e autoconhecimento possibilita ao individuo transitar com leveza e tranquilidade tanto na vida afetiva como profissiona por exemplo. Em uma consulta, o visagista conduz o cliente a um ‘exercício’ de autopercepção para harmonizar com fidelidade sua imagem aos seus sentimentos. E nesse intento é comum vir à tona elementos até então não percebidos pela pessoa.
Trocando em miúdos, a intenção é levar o cliente a se expressar-se de acordo com seus sentimentos e personalidade. Isso é feito através de técnicas construídas pelo profissional visagista, como: a leitura da linguagem visual. Considerando que a imagem do rosto seria o ponto de partida.
Sua imagem fala alto!
Quando um indivíduo aparece em um local, sem verbalizar, o mesmo está sendo analisado pela sua imagem: sua vestimenta, seu corte de cabelo, pela sua postura; enfim, pelas suas características.
Se tudo isso não estiver alinhado ao seu propósito, poderá causar uma percepção ou sensação contrária a que desejava transmitir para quem o vê. Essa interpretação está inserida em nosso cérebro pela amígdala, e depois perpassa pelo córtex, significando que a emoção virá à frente da razão.
Assim, podemos perceber em uma imagem ou figura humana um sentimento de medo, de aproximação, de ternura, empatia mediante à exposição dos seu símbolos arquetípicos…
Portanto, ter consciência do que somos e o que desejamos é fundamental para que possamos expressar a realidade. Caso contrário, uma imagem falsa, nos trará um conflito de identidade, gerando transtornos no contexto cotidiano no qual estamos inseridos.
O visagismo tem como meta promover o autoconhecimento unido à sua melhor expressão, O arquiteto norte-americano Louis Sullivan (1856-1924), em sua célebre frase afirmou: “a forma segue a função”. Isso denota a verdadeira utilidade de determinadas formas unidas a uma intenção: “o que desejo com determinado corte de cabelo?”; qual o significado de estar com um corte Chanel simétrico?". Isso pode denotar que o indivíduo é clássico, não propenso a mudanças. Então vale a pena refletir. O que desejo expressar hoje?