Por Ricardo J.A. Leme
Ser único não é garantia de vida fácil, mas garantia de realização, pelo fato de haver harmonia com seu princípio diretor pessoal, nosso sentido existencial. Felicidade é critério pessoal e não droga ou medicamento encontrado em farmácia e livros de receitas.
Jó e Fausto nos ensinam meticulosamente sobre a dicotomia ter e ser, assim como sobre os benefícios e a superioridade do segundo modo em relação ao primeiro. Ninguém é condenado ou obrigado a ser feliz, assim como ninguém deveria acreditar que felicidade significa o mesmo para todos, como definição de dicionário. Você se identifica mais com Fausto ou com Jó?
Aspecto único de cada ser
Quando se ressalta o aspecto único de cada ser como responsável pelo seu caráter insubstituível, seja feita analogia com o quebra-cabeça. Cada uma de suas peças é única e o todo só se compõe quando cada uma ocupa seu lugar exato. Cobiçar algo, desejar ser como alguém ou mesmo invejar são prerrogativas do modo “ter” que colocam em risco a individualidade, torna as peças do quebra-cabeça iguais e impossibilita o encaixe perfeito. Quando duas peças tentam ocupar o mesmo lugar, sobra espaço nas proximidades. Houvesse duas ou mais peças iguais e o todo estaria comprometido. A pessoa que É, se torna insubstituível porque, a partir de seu espaço, transborda seu ser e não por algo que lhe foi depositado, atribuído ou que a constitua a partir de fora.
Faz sentido para você?