por Antônio Carlos Amador
“Analisar aptidões e limitações conduz ao autoconhecimento”
Quando se considera uma pessoa equilibrada, de um ponto de vista psicológico, supõe-se que ela mantenha uma certa estabilidade no que se refere ao humor, às emoções e sentimentos, que seja capaz de reagir psicologicamente com moderação ante os diversos estímulos externos, de uma forma proporcional e mantendo um certo autocontrole.
Por outro lado, afirma-se que uma pessoa está desequilibrada emocionalmente quando ela é demasiado sensível aos acontecimentos externos, reagindo exageradamente ante os mesmos ou quando sua afetividade é frágil e instável, o que faz com que qualquer coisa seja capaz de derrubá-la para o desânimo, a tristeza ou o pessimismo. Ou ainda se por um motivo insignificante ela explode em uma alegria exagerada e desproporcional.
Embora tenham muitos pontos em comum, as pessoas são diferentes umas das outras. Cada uma é realmente um mundo distinto e resultaria ilusório propor uma forma de ser que conduzisse todos ao equilíbrio psicológico. Para lograr tal equilíbrio não é necessário que as pessoas mudem até que se configure em cada uma delas um único padrão de personalidade.
Em primeiro lugar é fundamental conseguir conhecer-se a si mesmo, o que se pode alcançar mediante uma análise de aptidões e limitações, a saber, o que cada um dispõe e é capaz de fazer, bem como o que lhe resulta difícil, quase impossível, devido às limitações que possui, no campo físico ou intelectual.
O conhecimento de si mesmo requer uma análise introspectiva, isto é, voltar-se para dentro e avaliar a própria forma de ser e as capacidades. É também necessária uma análise extrospectiva, isto é, avaliar as obras (seus trabalhos) que foram possíveis realizar até o presente momento. Ambas as análises são difíceis, uma vez que ao sermos juízes de nós mesmos, colocamos em ação mecanismos de defesa e de autojustificativa, que fazem com que se ponha em risco a objetividade nesses critérios. E também é preciso contrastar e conferir essas informações com o ponto de vista de outras pessoas isentas, que mereçam crédito.
Na medida em se aproxima do conhecimento de si mesma, se torna mais fácil para uma pessoa estabelecer um projeto coerente de vida, que seja realizável dentro dos limites de suas próprias possibilidades. Desse modo pode conseguir uma certa constância frente às adversidades, uma maior segurança em si mesma, uma vez que se produz um número menor de frustrações.
Aceitar as próprias limitações não significa porém renunciar a todas as possibilidades. Pelo contrário, é necessário conhecer as próprias aptidões para desenvolvê-las, tirando-lhes o máximo proveito, com realismo. Além disso, é possível conseguir uma maior confiança e segurança em si mesmo, especialmente quando se consegue uma maior força de vontade e de autocontrole. Buscar o equilíbrio na vida se assemelha a andar numa corda bamba: quando se está pendendo para um lado é preciso corrigir, movendo o corpo para o outro lado e assim sucessivamente, sem esquecer de continuar a caminhar.