Hoje proponho uma reflexão a respeito do julgamento. Você já percebeu que quanto mais você critica mais separado ou afastado do outro você se sente? A crítica é o julgamento. E quando julgamos nos sentimos melhores que o outro, portanto, afastados ou distantes.
Esse é o caminho completamente oposto do que acontece na empatia, onde eu me coloco no lugar do outro e com isso me sinto mais próximo desse, mais igual. Somos todos semelhantes (viemos de um pai e uma mãe, temos as mesmas dores – medo da rejeição, medo de não ser amado, medo de não ser capaz ou suficiente etc) e, portanto, quando reconhecemos no outro o que é semelhante em nós, isso nos aproxima. É nossa humanidade agindo.
Tendemos a julgar quando sentimos raiva, medo, quando temos dificuldade para olhar ou aceitar uma situação. Situações estas onde estamos afastados do outro e, portanto, o julgamento vem ainda mais forte. Quanto mais julgamos, maior a nossa dificuldade em ver e reconhecer a nossa própria dor ou dificuldade. Esse é um jeito de nos protegermos, tirando o foco de nós e colocando-o fora. Em vez de eu me observar e buscar perceber o que se passa dentro de mim e qual a minha dor, eu aponto para o outro ou para uma situação e descarrego uma série de ofensas e críticas. Com isso nego que há em mim uma dificuldade em lidar com uma questão. Responsabilizo ou culpabilizo algo externo a mim. E com isso, mantenho esse mesmo lugar de superioridade e alienação – proteção em olhar para a dor originária.
Exercite ficar sem julgar
Convido-lhe a fazer o exercício de ficar algumas horas ou um dia sem julgar. Observe quando surgem esses pensamentos, e antes mesmo que eles ganhem força ou voz, pergunte-se:
– O que verdadeiramente está me incomodando?
– O que me impede de olhar e aceitar esse incômodo?
– O que não quero ver ou aceitar em mim?
– O que tenho em comum com essa pessoa ou situação?
– Como me sinto quando não dou força para o julgamento, mas olho a questão?
Não há respostas certas ou erradas para essas perguntas. Mas elas te auxiliarão a aumentar seu contato consigo mesmo e aprofundar seu autoconhecimento, saindo da superficialidade do julgamento.
Se quiser, compartilhe comigo como foi sua experiência.