Você reage com naturalidade às circunstâncias?

“A natureza não precisa de nós, ela segue o seu curso naturalmente…”, Victor Wooten  

Dou sequência ao post anterior, no qual listei as 20 habilidades em comum entre tocar baixo e tocar a vida. Mas qual o objetivo disso? É o de mostrar que nós podemos utilizar estas simples habilidades para trilhar o caminho da abundância e da beleza e viver com mais soltura, liberdade e menos estresse.   

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Interessante é que quando listei estas habilidades – foi só uma amostragem, já que são infinitas! – me esqueci de mencionar a principal delas, que é a NATURALIDADE.  “Naturalidade é a palavra-chave”. A frase está entre aspas porque é assinada por um dos maiores baixistas do planeta: Victor Wooten.  “A chave está na naturalidade, em não se sentir desconfortável ao tocar”, complementa.

Para Wooten, tocar baixo deveria ser, para qualquer um, tão natural quanto conversar. Com base nessa premissa, ele aboliu em seus workshops os rótulos de “iniciante”, “intermediário” e “avançado”.  



Victor Wooten: “Para você se tornar um músico melhor, precisa, antes, se tornar uma pessoa melhor”   

Viva bem, livre de culpa  

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Para Victor, “não há certo e errado em música”, não há notas certas e erradas na hora de tocar. “Por isso, não deveríamos sentir ‘culpa’ na hora de tocar determinadas notas, pois parte de nossa criatividade, de nossa liberdade de expressão ficam tolhidas, pelo medo de soarmos errado ao tocar um instrumento.” – tocar a vida!

Mas isso não é o que acontece quando alguém se propõe a estudar música, arte que costuma envolver a interação com outras pessoas. Um dos elementos centrais da música é a harmonia – o encadeamento entre sons simultâneos. Para que essa harmonia ocorra com os outros músicos (pessoas), foi criada uma série de regras rígidas na base do “essa nota, pode essa não”; “essa nota é uma nota de tensão”.        

Gente! O Victor não falou que tocar o instrumento não deveria ser como conversar? O mesmo acontece em nossa história de vida. Desde criança, uma série de regras rígidas nos são impostas para que não soemos mal ao nos relacionar com os outros, para que vivamos mais em harmonia, não saiamos do tom, não elevemos o tom… Para buscar esse “equilíbrio harmônico”, o ego entra em ação e começamos a nos afastar da nossa verdadeira essência, de quem realmente somos.

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Criança Natural X Criança Adaptada  


Em tenra idade, começamos a nos afastar da nossa Criança Natural para nos aproximarmos cada vez mais da nossa Criança Adaptada, que para se adaptar às circunstâncias ou às pessoas, pode tornar-se submissa ou rebelde. E seja para o caminho da submissão ou da tensão, ambos requerem uma boa dose de esforço, pois não são naturais e são de certo modo violentos por agredirem nossa natureza.

Siga e responda naturalmente às circunstâncias  


Se a natureza não precisa de nós e segue o seu curso naturalmente… não deveríamos, no fluxo de nosso viver, adquirir uma maior liberdade interior e simplesmente seguir as circunstâncias, estando receptivos aos acontecimentos (aceitação, que não é conformidade) para, com flexibilidade, responder aos acontecimentos da forma mais natural possível, sem ficar com antecipações ilusórias (ansiedade), pois a maioria de nossas preocupações não acontecerá… já que o dia de amanhã é uma tela em branco, um Grande Mistério?    

E para você, o que é realmente importante? Será que tanto esforço e energia para ficar refém de seus medos, vaidades e exigências do ego valem a pena?

O que você precisa aumentar ou diminuir na sua vida para ficar bem consigo mesmo?    

Volto a Victor Wooten: “Se você me mostrar um baixista – ou qualquer outro instrumentista – que estude de seis a oito horas por dia, eu lhe mostrarei um cara de difícil convivência. Por isso, diria a ele que, para você se tornar um bom músico, é essencial que você se torne um ser humano melhor”.  

O que te tornaria um ser humano melhor?

Se vivermos uma vida com mais soltura (sem esquentar tanto a cabeça), focada mais no momento presente, e nos insights que poderão vir quando mergulhamos no silêncio, e nos permitimos ouvir a voz que vem do coração, soluções criativas para responder bem às dificuldades e aos imprevistos surgirão… Acreditem!  Isso é se transcender, confiar no Grande Mistério (na fé ou na esperança) e tecer um voo sobre as circunstâncias, saindo da visão limitada de si, projetadas por suas crenças forjadas pela sua Criança que teve de se adaptar ao mundo.      

Diante de um momento difícil da vida, o qual você não pode controlar, que não pode ser resolvido de uma vez só, o que você faz?

– Se desespera e desiste?

– Tenta avançar, mesmo que seja com muito esforço e violência (indo contra sua natureza) para resolvê-lo?

– Ou vai simplesmente, com naturalidade, seguindo em frente (com paciência e perseverança), e avançando de acordo com as circunstâncias para atingir um equilíbrio diante dessa situação?