por Patrícia Gebrim
Pense nas últimas decisões importantes que você tenha tomado, ou tenha tido o desejo de tomar. Agora torne consciente o processo pelo qual essa decisão foi tomada. Perceba se você tende a tomar a decisão por si mesmo, ou se costuma sair pelo mundo perguntando a todos o que fazer.
Por mais que ouçamos as pessoas, é muito importante compreendermos que cabe a nós, e somente a nós, como seres conscientes e criadores, traçarmos o rumo de nossas vidas, tarefa que não está entre as mais fáceis.
Quando assumimos em nossas mãos o leme da vida e passamos a tomar decisões baseadas na autenticidade de nosso Ser, nem sempre somos aplaudidos por aqueles que nos rodeiam.
Muitas vezes o que acontece é o exato oposto. Ameaçadas pela liberdade clamada e exercida por nós, é comum que as pessoas ao nosso redor reajam de maneira crítica, cobrando que voltemos a nos encaixar nos moldes que lhes pareciam mais confortáveis.
O fato é que há um preço a ser pago pelo direito de existirmos.
Algumas pessoas sairão de nossas vidas, outras nos compreenderão mal ou até nos atacarão. Para resistir a essa barreira, é preciso que sejamos capazes de honrar a nós mesmos, capazes de permanecermos centrados em meio ao furacão, sem julgar àqueles que nos atacam, mas mantendo-nos firmes em nossa posição de autorrespeito e no forte propósito de lutarmos por nossa existência.
Todos nós temos o direito de existir, de exercitar escolhas livremente, de cometer erros e acertos, de determinar o rumo de nossas vidas. Quando compreendemos isso, já estamos 50% mais perto de nossa essência.
Tudo se trata de traçarmos nosso caminho de maneira que o caminho trilhado e o caminho da nossa alma, ou da nossa essência, sejam apenas um. Quando somos capazes disso, tudo vai sendo naturalmente levado de volta ao lugar da paz, e o amor passa a se manifestar em cada passo de nossa jornada.
Superado o desafio de sermos capazes de seguir, mesmo sem a aprovação de quem nos cerca, nos deparamos com um segundo desafio, mais sutil e cheio de armadilhas. O desafio de aprendermos a diferenciar os desejos autocentrados do ego dos desejos amorosos que brotam de nossa alma.
Se nossas decisões servem ao ego, fatalmente nos tornaremos pessoas injustas e com grande chance de deixar um rastro de destruição pelo caminho trilhado. Nosso pequeno ego, fundamentado em crenças estruturadas a partir de nossas experiências de vida, fruto inconsciente de condicionamentos e ilusões, pouco sabe sobre valores mais elevados e virtudes como a verdade, a coragem e o amor.
Assim, é preciso evitar a armadilha de nos deixarmos levar pelo ego. A autoridade máxima em nossa vida precisa ser nosso próprio Eu Superior, essa parte luminosa, consciente e sábia que habita nosso coração, o porta-voz da alma, que sempre nos conduzirá em segurança na direção do amor, mesmo em meio ao caos e ilusão nos quais vivemos todos imersos.
Entregar as decisões à alma é a única "segurança" que podemos almejar na vida.