Para poder viver e não apenas existir, é preciso SER… mas isso exige sacrifícios, esforço e dedicação… Ser e ter andam de mãos dadas com a graça e a desgraça; entenda
Um passo importante no sentido de se desprender minimamente do denso tecido ilusório que nos envolve é de se reconhecer enquanto membro da grande família humana. Toda caminhada começa com um passo, mas esse em especial não é elementar. As atitudes pessoais naturalmente passam por um tipo de refinamento quando se percebe a família em cada pessoa no dia a dia. Mas, na mesma proporção desse refinamento ocorre uma libertação pessoal de muitas situações e dificuldades que deixam de existir.
Quando se corre o sério risco de não viver e apenas existir…
Daí a importância de lembrar que somos SERES humanos e não TERES humanos! Quem se reconhece no ter, é presa das convenções, da moda e do que os outros pensam. Além de correr o sério risco de não viver, apenas existir. Para viver, é preciso SER, o que exige sacrifícios, esforço e dedicação para que a musculatura moral se fortifique de modo a preencher o tecido interior e permita manifestar a essência (perfume) única que cada pessoa traz em si.
Ser e ter andam de mãos dadas com a graça e a desgraça. O reino da graça é morada dos que são. Quando a natureza do “ser” é bem desenvolvida, existe “espaço” interior para que a graça seja vivenciada. Apesar de todos sermos transpassados pela graça a todo o momento, só é possível palpá-la quando se cria espaço interior de receptividade. Este espaço diz respeito ao “ser” e se assemelha àquele que o “ter” permite quando se compra um terreno, uma casa ou qualquer outro tipo de propriedade do mundo físico. O afastamento do reino da graça enfraquece e predispõe ao adoecer, visto que vitalidade e graça andam juntas.
Do mesmo modo que os anticorpos do sangue protegem, os “anticorpos” do perdão promovem saúde e os “anticorpos” da alegria promovem harmonia. Por outro lado, medo e apego, desvitalizam, isolam, deprimem e causam ansiedade. Assim, o desgraçado, ou seja, o que vive fora do estado de graça, é adepto, muitas vezes inconsciente, deste tipo de escolhas. Nesse sentido, deve sempre ser respeitado, visto ser comum que o próprio sofrimento oriundo de experiências desagradáveis, seja o antídoto para uma possível mudança de rumo, agora quem sabe na direção da graça.