por Nicole Witek
O Dr. David Servan-Schreiber, professor de psiquiatria clínica e diretor de um centro de medicina integrativa na universidade de Pittsburg, autor dos livros “Curar” e “Anticâncer”, aponta para nós algumas estatísticas as quais teve acesso como neuropsiquiatra, que nos fazem questionar a eficiência dos tratamentos médicos convencionais. Vejam:
Um estudo do Dr.Karen Lasser da Faculdade de Medicina da prestigiosa universidade de Harvard mostra que os remédios aprovados para a venda nos Estados Unidos apresentam mais riscos que os antigos, cujos efeitos indesejáveis já são conhecidos.
– Chegaram à conclusão de que quase 20 milhões de pacientes nos Estados Unidos tomaram no mínimo um dos cinco remédios que foram lançados entre setembro e 97 e 98 e considerados perigosos. Três desses remédios eram novos.
– Sete remédios aprovados desde 1993 e que foram retirados do mercado por suspeita de ter levado à morte 1.002 pacientes. Esse estudo indica que:
– Os efeitos colaterais graves de certos remédios são a principal causa de morte dos pacientes nos Estados Unidos, segundo esse mesmo estudo.
– Os remédios que reduzem a taxa de colesterol reduzem também a mortalidade, mas somente de 15% dos pacientes que os tomam. Para os outros 85%, não faz efeito algum.
– Praticar um atividade física, ou vigiar os nutrientes da alimentação como a ingestão de omega-3 (1) tem efeitos melhores que os remédios.
– A colocação de um stent (2) para alargar as artérias do coração também não dá bons resultados…
– Comer peixe (gorduroso) no mínimo uma vez por semana, reduz pela metade o risco de ter o mal de Alzheimer na França e provavelmente em outros países.
– O consumo de certas frutas e legumes, em conjunto com um pouquinho de atividade física, reduz em 40% o risco de câncer nos países industrializados.
– A atividade física moderada é tão eficaz quanto os antidepressivos (3).
– O simples fato de se concentrar sobre a respiração acalma a ansiedade e estimula o sistema imunológico a produzir anticorpos. (4 e 5).
Depois da era onde entregamos nossos corpos – e talvez nossas almas, totalmente nas mãos da medicina e muita vezes, mais nas mãos dos laboratórios farmacêuticos – espero eu que tenha chegado a era em que cada um de nós possa avaliar corretamente os resultados das estatísticas.
Assim cada um de nós, tendo a curiosidade de comparar e buscar por si mesmo, pode encontrar uma cura para se livrar de seu distúrbio.
Devemos lembrar que as pessoas são diferentes entre si e que, portanto, não podemos generalizar. Vale lembrar também que não existe essa dicotomia entre o corpo e a alma. Não somos somente uma massa de 60 000 trilhões de células, mas também uma arquitetura sofisticada, inteligente, feita de células animadas pela vida.
Nossas células são lugares de intercâmbios entre nosso meio interno e todos os universos e as dimensões. Somos um todo, integrado totalmente num universo, onde não se pode interferir num mecanismo tão complexo, sem correr risco.
Temos hoje acesso a inúmeras informações. Temos como comparar, estudar, avaliar, conversar com os profissionais e questionar. Espero que a partir de agora entremos na era da revolução, onde não se aceitará mais cegamente nem o diagnóstico, nem o tratamento, sem questionamento. Somos seres dotados do raciocino e do discernimento.
Yoga e equilíbrio multidimensional
Podemos escolher várias opções para manter saúde e equilíbrio, mas vale a pena insistir quanto ao yoga, que oferece um equilíbrio multidimensional.
Repetir é a base do ensinamento: o yoga é a busca da liberdade e da independência. É um método, um sistema de educação integral onde se educa não só o corpo, a mente ou o intelecto, mas também o espírito. O yoga é uma arte de viver equilibrada. Quem pratica corretamente fica feliz, vive em harmonia, em paz e sabe afastar as tensões inúteis.
É uma ciência aperfeiçoada pelos milênios de experiência e empirismo. Um sistema perfeito de auto-educação que foge dos modismos. Trata-se de uma tradição completa e perene.
O yoga é uma maneira de viver que não necessita renunciar à vida, mas sim transformá-la. Não é renunciar à ação, mas ao contrário, é cumprir suas metas com justiça e com bom senso. É um sistema que ajuda a acertar nossas atitudes em casa, no trabalho e na sociedade, tendo uma compreensão alargada, uma visão ampliada de quem somos nós.
Acontece que trilhando esse caminho, os distúrbios mais comuns aos poucos vão sumindo, permitindo a saúde e a harmonia do ser como um todo. A revolução já começou pela consciência de nossas escolhas.
(1) « Effect of different antilipidemic agents and diets on mortality : a systematic review » de M. Studer, M. Briel, B. Leimenstoll, T.R. Glass et H.C. Bucher, Archives of Internal Medicine, 2005; 165 : 725-30.
(2) pequena prótese interna para deixar um vaso sangüíneo aberto em caso de estreitamento
(3) « Exercise treatment for depression : efficacy and dose response » d’A.L. Dunn, M.H. Trivedi, J.B. Kampert, C.G. Clark et H.O Chambliss, American Journal of Preventive Medicine, 2005; 28 : 1-8.
Up and Running Exercise Therapy and the Treatment of Mild or Moderate
(3) « Three-year follow-up and clinical implications of a mindfulness meditation-based stress reduction intervention in the treatment of anxiety disorders » de J.J. Miller, K. Fletcher et J. Kabat-Zinn, General Hospital Psychiatry, 1995; 17(3) : 192-200.
« Efficacy of Tai Chi, brisk walking, meditation, and reading in reducing mental and emotional stress » de P. Jin, Journal of Psychosomatic Research, 1992; 36(4): 361-70.
(4) « Mindfulness-based stress reduction for health care professionals : results from a randomized trial » de S.L. Shapiro, J.A. Astin, S.R. Bishop et M. Cordova, International Journal of Stress Management, 2005; 12(2) : 164-76.
(5) « Alterations in brain and immune function produced by mindfulness meditation » de R.J. Davidson, J. Kabat-Zinn, J. Schumacher et al., Psychosomatic Medicine, 2003; 65(4) : 564-70.
(6) David Servan Schreiber, Anti-Cancer