por Samanta Obadia
Uma das sensações mais nobres que o ser humano pode ter é a de que cumpriu a sua missão no tempo que teve em vida. Foi esta a sensação que meu avô deixou ao partir.
Avô, ‘pai da mãe’, ‘pai do pai’, título duplo de um sobrenome, o patriarca da família.
Bisavô, que com o seu forte coração, repleto de cuidados nos acolhia em seu excesso de preocupações, disfarçado em seu jeito irônico.
Retratos anuais com todos os netos e bisnetos, uma forma simples de observar atentamente o desenvolvimento dos seus frutos.
Grande pai, os recentes meses insanos e dolorosos são nada perto das décadas recheadas de natais e aniversários risonhos, dos jogos de cartas, da coleção de elefantes, das viagens pugilistas, das histórias da Guerra.
Herói ou não, você mostrou ser um guerreiro.
Aprendi contigo a arte da guerra, aliada à arte da tolerância de nossa avó, sua companheira de luta.
Sinto sua ausência, enquanto você continua Armando ‘luz por aí’.
Seguir vivendo é perceber que a vida tem seus ciclos, e que o fim faz parte deles.