O isolamento social que vivemos, apesar de importante, necessário e fundamental, tem causado consequências negativas à nossa saúde mental e gerado o aumento significativo do número de diagnósticos de transtornos ansiosos, depressivos e do abuso do uso de álcool e substâncias.
Assim, precisamos focar o nosso olhar nas doenças psíquicas que, nesse tempo de pandemia, viraram preocupação para todos os profissionais de saúde. Pois percebemos que agora vivemos uma outra “pandemia”: a pandemia do medo, da ansiedade e da depressão.
Ocorre uma pandemia da saúde mental; indica estudo
Uma pesquisa coordenada pelo Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict), da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), constatou que 40% dos entrevistados se sentiram tristes ou deprimidos e 54% se sentiram ansiosos ou nervosos, frequentemente, diante desse momento da pandemia. Além disso, a pesquisa mostra que houve um aumento no consumo de bebidas alcoólicas e cigarros também.
Há 20 anos sendo uma profissional da saúde mental, pergunto-me: o que podemos fazer para combater essas questões? Percebo que o adoecimento vem crescendo, e a demanda no consultório só aumenta. E, apenas, os consultórios pelo mundo afora não darão conta de ajudar prontamente a tantas pessoas doentes ao mesmo tempo. Precisamos, urgentemente, de programas de saúde pública que funcionem e atendam a essa tamanha demanda e a essa população que está em sofrimento psíquico grave.
O cenário se contextualiza assim: as pessoas passaram a conviver mais do que antes de forma intensa e num formato de “overdose”, jamais vivido antes. Muitas famílias, casais e amigos, não tinham preparo emocional para essa imersão de convivência atual.
Relações desgastadas à base de válvulas de escape
Relações fissuradas e com rachaduras, que se sustentavam através de válvulas de escapes, onde se vivia muito mais para o externo, do que verdadeiramente para dentro e para a verdade. Assim, a vida real bateu à porta de todos. Nesse meio tempo que vivemos, um novo normal se instala, e o mundo vem nos comunicando que o que vivíamos anteriormente não serve e nem volta mais. A palavra da vez para a humanidade é reinventar-se.
Com tantas mudanças ao mesmo tempo para executarmos, muitos não dão conta e, com isso, o adoecimento chega e se instala, sem pedir licença. Seja a depressão por se sentir incapaz e triste por não aceitar essa nova realidade, seja a ansiedade elevada, gerando ataques de pânico e falta de ar. Ou, até mesmo, o aumento do uso do álcool e substâncias, como forma de sublimar e sustentar a dor interna que a pessoa sente.
Mais do que nunca, o momento pede que busquemos estratégias que nos equilibrem e nos forneçam respaldo para nos sentirmos alimentando a nossa resiliência em relação à vida. A busca por psicoterapia online, por meditação ou mindfullness, por cursos que agreguem valores ou buscas espirituais, por exemplo, para o equilíbrio emocional, cada vez mais, tem sido o caminho para construirmos e trilharmos um melhor percurso para a nossa saúde mental e para o nosso equilíbrio emocional.
10 dicas para lidar com o isolamento social:
1ª Aceite o novo normal.
2ª Pare de brigar com você mesmo.
3ª Pare de brigar com o mundo.
4ª Busque uma paz interior.
5ª Pratique exercícios físicos.
6ª Aprenda a respirar corretamente.
7ª Busque estratégias que lhe ajudem a se reinventar.
8ª Pratique a gratidão com a vida.
9ª Exerça a solidariedade.
10ª Seja empático com a dor do próximo.