Por Anette Lewin
Resposta: Se um desempregado gera tensão entre o casal, dois então… situação difícil!
Mas pode acontecer sim. Principalmente em tempos de dificuldade econômica no País.
Dificuldade econômica, porém, quando o casal se dá bem, pode até uni-los mais ainda. E fazer com que tenham como objetivo superar o mau momento e sair dele fortalecidos. Um exemplo disso são os refugiados que deixam países em guerra ou em regimes ditatoriais e não têm um tostão no bolso, muito menos emprego. Mas permanecem juntos e batalham juntos por uma vida mais digna. Certamente essa batalha fortalecerá os laços entre eles, pois é na superação das dificuldades que os vínculos se estreitam.
Nem todo casal, porém, está amadurecido para encarar momentos de dificuldade como um desafio. Muitos, frente à perda de emprego e necessidade de abrir mão do conforto que tinham anteriormente começam a sair da realidade e se apoiar em sonhos. “Ele é um fracassado. Posso arrumar um marido melhor do que este”, pensarão algumas. “Posso arrumar outra mulher, mais nova, mais rica, com um trabalho mais estável” pensarão outros. E aí as coisas ficam difíceis. Principalmente para os filhos pequenos que nada podem fazer e acabam perdendo a oportunidade de aprender como se supera com dignidade um momento difícil.
Assim, em situações de desemprego e consequente dificuldade para pagar despesas, o principal é tentar resolver o problema de forma prática, ou seja, conseguindo alguma fonte de renda. Não é a melhor hora para discutir a relação nem de fugir para sonhos utópicos. Assim como um náufrago, que deve focar em chegar à terra, e não questionar-se se a embarcação que afundou era segura ou não.
Mas, e enquanto o emprego não vem, o que fazer?
Bom, se o casal não tiver economias guardadas para uma situação como esta, certamente terá de pedir favores a terceiros, gostando ou não. Em geral, quem acolhe é a família ou os amigos. Mas mesmo com toda a boa vontade do mundo, viver de favores, a não ser que a pessoa seja talhada para “parasita sem culpa”, não é uma boa ideia. Assim, o casal deve se perguntar quem é o mais apto, naquele momento, para conseguir um novo emprego enquanto o outro cuida dos filhos. Levando-se em conta que essa divisão é apenas temporária, uma vez que, se os dois trabalhavam é por que a contribuição de ambos era necessária. E o ideal seria retomar esse modelo o mais breve possível.
Embora esse seja o ideal, certamente muitos casamentos naufragarão face a dificuldades econômicas. Os que sobreviverem, certamente serão aqueles que entendem que batalhar é melhor do que se lamentar; aqueles que escolheram seus pares para dividir com eles bons ou maus momentos; e aqueles que realmente consideram o esforço como mais digno do que a preguiça. Os outros tenderão a desfazer uma relação de casamento, da qual, provavelmente, nunca souberam entender o significado.
Atenção!
Este texto não substitui uma consulta ou acompanhamento de um psicólogo e não se caracteriza como sendo um atendimento.