por Roberto Santos
"Tenho 38 anos, 18 anos de experiência no mercado financeiro na área de processos e projetos corporativos. Hoje trabalho no Banco X e sou gerente da área de processos. Meu ponto fraco é o inglês. Já fiz vários cursos, fiquei durante 30 dias em aulas particulares, mas não sou fluente. Estou pensando em ficar seis meses fora para me focar no inglês. Não falar fluentemente me incomoda e acredito que isso seja um entrave para meu crescimento no mercado. Meu dilema: Vale a pena largar meu cargo, meu bom salário? E depois, como volto?"
Resposta: Escrevi um artigo em minha coluna Gestão Pessoal também no Vya Estelar que trata das "Encruzilhadas de Carreira" (clique aqui e leia) que trata, principalmente, da mudança de rumos de carreira para quem já está estabelecido há muitos anos numa área mas se sente infeliz ou limitado.
Um passo 'para trás' ou 'para o lado' para depois acelerar o ritmo de minha carreira?
A dúvida que você traz, também se enquadraria no tema citado que poderia ser traduzido como: "dou um passo 'para trás' ou 'para o lado' para depois acelerar o ritmo de minha carreira?"
Profissionalmente, ausentar-se do cenário por seis meses para reforçar o domínio do idioma mais globalizado não é dar um passo para trás ou para o lado, mas sim um "pit stop" para recarregar o combustível da carreira — competências — e acertar o pneu para pistas mais complicadas da concorrência no mercado.
Pela idade que menciona ter, você tem um longo caminho pela frente ainda — pelo menos 12 anos de carreira. Deixar para remoer a dúvida sobre aonde poderia chegar em sua carreira se tivesse a fluência no inglês que deseja ou sabe ser necessária, será crescentemente mais dolorido, pois poderá ver outros profissionais assumindo postos mais interessantes em sua empresa ou indo para outras mais interessantes.
Se você tem os recursos financeiros para se sustentar e pagar por cursos em outro país e, se tem reservas para cerca de 6 meses a um ano para conseguir uma recolocação quando voltar, suas dúvidas podem ser minimizadas, especialmente num período tão aquecido da economia brasileira — quase que de pleno emprego para pessoas com sua experiência e formação. Além disso, há empresas que se dispõem a oferecer uma licença, ainda que não remunerada, para pessoas que queiram usar seus recursos próprios para desenvolver competências importantes. Isso lhe daria mais tranquilidade e segurança para sua volta, mas não deveria ser uma condição "sine qua non" para sua decisão agora. Vá em frente para receber a bandeirada da vitória quando retomar sua carreira com o inglês tinindo.
Boa sorte!