“A despedida” é um filme que narra a morte assistida de um ente querido, de modo ritualístico até… o próprio ente e a família se preparam
Adoro filmes inspiradores e assisti a mais um: “A Despedida” (2015, EUA) com a maravilhosa atriz Susan Sarandon, direção Roger Michell, hoje disponível no streaming.
Amo a vida e o viver, e trabalho há mais de 20 anos, ajudando as pessoas a terem de volta as suas vidas felizes. Ajudo-as a ressignificar as suas emoções ruins, tornando-as mais funcionais e devolvendo para elas o sentido de vida. Mas confesso que a temática sobre a morte e a finitude sempre me fascinou.
Explico: prepararmo-nos para perder alguém, para lidar com a morte de perto ou com a possibilidade até da nossa própria finitude, para muitos, é ainda assustador. E por isso, escrever e psicoeducar aqui pode, com o tempo, ajudar as pessoas a pensarem melhor, ou pelo menos deixarei uma “sementinha” plantada aqui sobre o assunto.
O filme nos ensina que a única certeza que todos carregamos na nossa bagagem pessoal é a da morte e do morrer. Ou seja, é a certeza da finitude: a minha, a sua, a nossa. Vai chegar um dia para todos. Mas se tivermos um preparo em mente, ele nos ensinará que devemos seguir nossos passos com muita congruência sobre o que pensamos e desejamos da vida.
O mais precioso de estarmos vivos, é podermos ainda exercer o que de melhor temos em nós. É poder sermos melhores para nós e para o outro a cada dia. Não faz sentido não nos esforçarmos e sermos os mesmos todos os dias. Assim, cometa erros diferentes, tente. Conserte o que está errado hoje, tente.
Seja melhor amanhã, tente. Viva em harmonia com os seus sentimentos, suas emoções e suas crenças. Acredite na fé que o acalenta e que lhe acolhe. Peça ajuda se precisar. Isso lhe engrandece demais e lhe deixará mais forte. E se você se sente pequenininha ou pequenininho, tenha certeza, na verdade você é muito grande por dentro. Os grandes têm dúvidas e incertezas emocionais inúmeras vezes durante a vida. Acredite nisso.
É possível se preparar para a morte de um ente querido?
O filme retrata a temática de forma doída, algumas vezes, arrancando umas lágrimas. Confesso, sou chorona, mas retratou a decisão de morrer da protagonista, a mãe, a esposa, a avó… Pois ela tinha uma doença terminal. E não queria ficar dependente de máquinas, visto que esse seria o seu fim. E assim, ela preparou todo o seu ritual de finitude. E coube a cada membro da família se preparar também para esse momento não tão comum e peculiar. A morte nos assusta e assustou de forma própria cada personagem ali representado.
A morte assistida, num caso como esse do filme, já é legalizada em alguns países do mundo. Aqui no Brasil, ainda não, só para deixar claro. Mas a lição aqui não é discutir a legalização ou a política por trás disso. A lição que fica para nós é a de que devemos ter certeza dessa finitude nossa e do outro, bem como que podemos nos preparar a cada dia para sermos melhores hoje e na hora quando tudo isso vier a acontecer.
Como diz a letra da música “Vivendo” de Kell Smith e padre Fábio de Melo:
“…E pra superar perder alguém que amo demais
E essa sensação de que não sou capaz:
Vivendo
Vivendo…”
Acredito que podemos evoluir mais e mais nessa temática, pois somos seres em eterna construção e, enquanto vida eu tiver, estarei lutando para ser congruente com o que penso e com o que sinto bem, como ajudando a tantos ao meu redor, a também poderem exercer isso.
Assista ao trailer do filme: