Ser autêntico no ambiente de trabalho pode ser prejudicial? É preciso avaliar o ambiente ao qual se está inserido e buscar uma justa medida entre a autenticidade e uma atitude mais contida. Veja as dicas neste post.
Pergunta de uma leitora:
“Gostaria que me esclarecessem sobre o exercício da autenticidade dentro do ambiente de trabalho. Seja na relação com o chefe ou superiores, ou mesmo colegas no ambiente de trabalho, devemos encarnar um certo personagem para poder sobreviver nesse ambiente? Enfim, até que ponto podemos ser autênticos? Me sinto meio perdida em relação a isso… não sei como agir… Se me responderem ficarei muito contente!”
Resposta: Olha, eu não vou ser ingênua, afinal, o que se pinta com piscina de bolinha, tobogã e pufe, é uma coisa, mas a realidade corporativa é outra.
Então, dizer que podemos ser 100% quem somos, como se estivéssemos com nossa família e amigos, realmente é o menos indicado.
Por outro lado, te pergunto: é possível ser 100% um personagem o tempo todo?
Acredito que seja impossível fingir em todo o tempo algo que não somos. Certamente, em algum momento, seremos “descobertos” e isso pode ser muito prejudicial no ambiente corporativo.
Pode existir um meio-termo?
Acredito que exista sim um meio-termo entre as duas coisas.
Confesso, no início da carreira (comecei a trabalhar com 12 anos e não tive quem me ajudasse a entender o mercado de trabalho) eu fiz muita bobagem por achar que podia ser quem era, simplesmente dizendo tudo o que eu queria.
Eu era apenas uma adolescente, sem filtro, batendo cabeça.
Eu não tive quem me ensinasse que esse mundo corporativo pode ter boas pessoas, mas, também pode ter os mal-intencionados.
Porém, essa experiência me fez aprender que posso continuar tendo a minha personalidade, mas, que é preciso, acima de tudo, ter sabedoria para lidar com as mais diversas situações e as mais diferentes pessoas.
Então, a autenticidade pode ser prejudicial?
Falar tudo o que pensa pode fazer com que você exponha demais as suas fraquezas e na hora de uma promoção, por exemplo, pode ser que você fique de fora em detrimento daquele profissional mais “polido” em suas opiniões.
A expressão exagerada da sinceridade pode ainda ser vista como soberba ou indelicadeza.
Infelizmente – e digo infelizmente mesmo, com pesar – as empresas não estão preparadas para pessoas autênticas. Elas dizem que sim, mas, na prática, não é isso o que acontece.
Porém, como citei, é impossível criar um personagem para usá-lo 100% do tempo, então, há de se encontrar um meio do caminho, em que ser autêntico seja respeitar os seus valores, mas também, se adaptar ao ambiente, expressando quem se é, mas, tendo inteligência emocional para lidar com o diferente.
Portanto, diante dos desafios, a pessoa não deve ser falsa, mas, agir com sabedoria, avaliando quais são as decisões e respostas condizentes com que se busca para a carreira, por exemplo.
Afinal, o pensamento deve ser a longo prazo, visando desenhar uma imagem positiva de si mesmo para os demais.
Muitos prejudicaram o seu futuro profissional em uma empresa por expressar sem filtro e sem sabedoria as suas opiniões; certamente você conhece pelo menos uma pessoa que “se queimou” cometendo “sincericídio”.
Conclusão
Seja você mesmo, com sua personalidade, crenças, modo de ser e agir, mas, acima de tudo, saiba analisar o ambiente em que está inserido, a cultura daquele local, a forma com a qual as pessoas agem e desenhe as suas respostas por meio dessa análise.
Isso não impede que a autenticidade, a proatividade e a criatividade se manifestem, pelo contrário, permite que tudo isso possa ser expressado de forma organizada, contribuindo para o alcance daquilo que almeja para si mesmo e para sua carreira.