por Valéria Meirelles
"Sou a outra ponta dessa linha, sou marido de uma mulher de sucesso profissional. Reconheço que poderia ser mais participativo em relação às tarefas do lar. Além disso, no que mais poderia ajudar?"
Resposta: Bom "ouvir" alguém que é "a outra ponta dessa linha", como mesmo disse. Pelo pouco que me passou, creio que o melhor a fazer é conversar com sua esposa a respeito do que ela espera e precisa dentro de casa e, a partir daí, creio que deva sair do lugar de "ajudante" e de fato assumir algumas funções, de acordo com aquilo que combinaram. Sabe, ainda há em nossa cultura uma questão que restringe os domínios do lar à esposa e isto raras vezes é questionado. Então ela acaba tendo a dupla-jornada e múltiplas responsabilidades pela logística da casa, o que a sobrecarrega. Especialmente se ela tem que realizar viagens, seminários, cursos. Aí se transformará numa gerente ou diretora 24 horas por dia, sem tempo para viver outros papéis como o conjugal, por exemplo. E o encanto se transforma em desencanto, distanciamento e vazio. Penso que uma conversa franca, na qual se disponha principalmente a dizer o que sente e incentivá-la a fazer o mesmo, poderá ajudar. Mas fale em primeira pessoa, sem acusar ou julgar, expresse seus sentimentos e preocupações. Caso a situação esteja mais crítica, sugiro a busca de ajuda, como uma terapia de casal.
Antes da gravidez, adorava muito fazer sexo, mas depois…
Desde que descobri minha gravidez há 11 anos perdi o interesse – que antes era enorme – por sexo. A ultima relação com meu marido foi há um mês e é sempre assim. Antes da gravidez achava que três vezes por semana era pouco. O que faço?
Resposta: Ao contrário do que muita gente pensa, desejo sexual é algo que precisa ser cultivado, senão acaba mesmo. Provavelmente, com o nascimento de seu bebê, toda sua energia tenha sido redimensionada às questões da maternidade e desta forma, seu marido acabou em segundo plano, a ponto do desejo sexual acabar. Tente identificar a falta de interesse, mas pode ser também uma questão orgânica e ninguém melhor que seu médico para ajudá-la. Procure conversar com seu marido e explicar sua situação. Namorem-se mais e retomem a cumplicidade, cuidado e carinhos que provavelmente existia entre vocês.
Costumo dizer que uma relação sexual se inicia a partir do momento em que o casal acorda e vive o dia, com trocas positivas, que estimulem ou não, a vontade de estar juntos e com intimidade. Repense seu relacionamento e inclua muita criatividade e espontaneidade, além claro, de um clima sedução.
Meu marido quer que eu seja uma 'Barbie'
Estou casada há dez anos. Meu marido gostaria que eu fosse uma 'Barbie', pois adora mulheres muito vaidosas e emperequetadas, mas não sou assim, gosto de tudo muito simples.
Resposta: Tudo vai depender do sentido que tem para você levar adiante este casamento infeliz e sem parceria/companheirismo. Há um ditado francês que diz que duas infelicidades somam uma felicidade. Será que o ganho social e a segurança de estar casada e com família não seria esta "felicidade", ainda que tão frágil? Como podem ser inúmeros os motivos que a mantém casada, reflita sobre os valores e crenças familiares que podem estar contribuindo para esta situação. E como foi sua criação e relação com seu pai e demais figuras masculinas ao seu redor. Buscar uma psicoterapia é fundamental para o resgate de sua auto-estima. Sugiro que leia o livro: 'Mulheres que amam demais', de Robin Norwood.