Família tóxica: como lidar?

O que é uma família tóxica? Veja 6 dicas para poder lidar com uma relação familiar difícil

As relações familiares têm um papel central em nossas vidas, do começo de tudo, passando pela concepção e no desenrolar da dinâmica familiar. Elas vão moldando nossa identidade e contribuindo para nosso bem-estar emocional. No entanto, nem todas as interações familiares são saudáveis.

Será que estou em uma família tóxica?

Muitos me perguntam na clínica: “O que é uma família tóxica?” ou “Será que estou no meio de uma família tóxica?”.

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Uma família tóxica é aquela onde as interações entre os membros familiares são prejudiciais emocionalmente, mentalmente ou até fisicamente. Nessas famílias, pode haver falta de respeito, manipulação emocional, abusos verbais ou físicos, falta de empatia e tentativas de controle excessivo. A toxicidade pode vir de um ou mais membros da família e pode não ser sempre evidente, já que muitas vezes está enraizada em padrões de comportamento estabelecidos ao longo do tempo.

Sinais de comportamentos em uma família tóxica

– Manipulação emocional: Uso de culpa, vergonha ou chantagem emocional para controlar o comportamento.

– Falta de limites: A incapacidade ou o desrespeito em reconhecer e respeitar as fronteiras pessoais.

– Críticas constantes: Quando críticas destrutivas e julgamentos são a norma.

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– Negatividade: Ambiente dominado por pessimismo, reclamações e conflitos constantes.

– Vitimização: Membros que constantemente se colocam no papel de vítima para evitar responsabilidades.

– Controle excessivo: Tentativas de controlar as decisões, escolhas e até pensamentos dos outros membros da família.

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Dicas de como lidar com familiares tóxicos:

1. Reconheça o problema:

Muitas pessoas têm dificuldade em aceitar que um membro da família pode ser tóxico, pois a sociedade muitas vezes valoriza o conceito de que “família é tudo”. Eu completo… família e laços não tóxicos podem ser escolhidos por você como uma adoção.

2. Estabeleça limites claros:

Isso pode incluir limitar o tempo que você passa com essa pessoa, recusar-se a participar de discussões prejudiciais ou insistir em ser tratado com respeito.

3. Pratique o autocuidado:

É importante priorizar o autocuidado. Reserve tempo para atividades que te ajudem a relaxar, meditar e reconectar com sua paz interior. Isto te fortalece para enfrentar as decisões.

4. Não tente mudar a outra pessoa:

Embora seja tentador mudar o comportamento de um familiar tóxico, muitas vezes isso resulta em frustração. Lembre-se de que você não pode controlar as ações ou emoções dos outros, apenas a forma como você reage a elas.

5. Desenvolva uma rede de apoio:

Se a dinâmica familiar se tornar insuportável, busque apoio externo. Conversar com amigos, buscar aconselhamento ou até mesmo terapia familiar pode ser útil para processar suas emoções e desenvolver estratégias para lidar com a toxicidade.

6. Considere o distanciamento:

Em casos graves, o distanciamento emocional ou físico pode ser necessário. Isso não significa que você está cortando laços para sempre, mas, sim, se afastando temporariamente para proteger sua saúde mental. Em algumas situações, o afastamento completo pode ser a única solução para preservar seu bem-estar.

Enfim, lidar com uma família tóxica é desafiador e pode envolver um longo processo de autodescoberta, estabelecimento de limites e autocuidado. Embora o ideal seja manter laços familiares saudáveis, isso nem sempre é possível. Reconhecer quando uma dinâmica familiar se torna prejudicial e tomar medidas para proteger sua saúde emocional é fundamental para o seu bem-estar.

Lembre-se de que você tem o direito de se cercar de relacionamentos que promovam seu crescimento e sua felicidade. 

Não é egoísmo escolher a paz em vez da toxicidade. Às vezes, o maior ato de amor por si mesmo é se afastar de quem nos faz mal.

Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental; Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde - UFP - Universidade Fernando Pessoa em Portugal. Defendeu a sua dissertação com excelência e nota máxima sobre: “A interferência das redes sociais nos relacionamentos”. Especialista em Psicologia da Saúde, Desenvolvimento e Hospitalização – UFRN; Especialista pela Faculdade de Medicina do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP – SP. Foi professora da Pós-graduação em Psicologia – Terapia Cognitivo-Comportamental (Unipê). Há 20 anos atendendo na clínica a adolescentes, adultos, casais e famílias. Membro da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas - FBTC. Mantém o Blog próprio desde 2008. Mais informações: www.karinasimoes.com.br. Atendimentos com consultas presenciais ou online