Maternidade e paternidade são uma aventura

por Ceres Araujo

O mundo mudou radicalmente nas últimas décadas e, todos nós, crianças, adolescentes e adultos sofremos as consequências. Nesses tempos chamados hipermodernos, as maneiras de ter e de educar filhos mudaram de forma impressionante.

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Hoje, além das formas tradicionais de se nascer, têm-se também bebês de fecundação in vitro, de ovodoação, de barriga emprestada e uma busca considerável pela redução dos riscos do parto.

A tecnologia a serviço da fecundação, da gestação e do nascimento alterou de forma complexa a maternidade e a paternidade.

Os cuidados com os bebês também variaram. Se nossos pais se valeram de nossos avós, como nossos avós de nossos bisavós para obterem dicas de como criar um filho, isso não é possível para nós. Nesse mundo tão diferente, tão rápido em mudanças, é necessário que se recriem as formas de cuidar e educar cada filho. Costumo dizer que criança não vem com manual, ele é escrito pelos pais para cada filho. Calma, tranquilidade, otimismo ajudam muito o uso do bom senso na criação dos filhos. Ou seja, quando os pais estiverem diante de um problema em relação aos filhos, eles podem buscar conselhos, devem avaliar possibilidades diversas de solução e, então, decidir usando bom senso. Se eles acertarem, ótimo. Mas, se errarem, sempre existe a possibilidade de reparação. Além do mais, muito se aprende errando.

Sabe-se que o cérebro é uso-dependente, isto é, se estrutura em função das experiências da vida desde a hora do nascimento. Isso não só faz um ser humano completamente diferente do outro, mas também justifica o porquê são tão diferentes os cérebros e as mentes das crianças dos dias de hoje, nascidas e criadas em um ambiente com tanta facilidade tecnológica, onde o mundo da realidade se confunde com o mundo virtual.

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Por outro lado, atualmente pais e mães trabalham, ou seja, eles têm que trabalhar para garantir sustento para a família e para manter uma boa autoestima. Eles têm carreiras, ambições profissionais e precisam avaliar muito bem o compromisso de se ter um filho. Ter filho significa um compromisso irrevogável por anos e anos. Significa um aprendizado de se doar a um outro ser mais frágil e dependente; e sempre privilegiar o bem-estar dele em relação às próprias necessidades.

Mães e pais cumprem hoje duplas ou mesmo triplas jornadas de trabalho e podem ser eficientes e felizes nelas. Quando as mães entraram no mercado de trabalho, os pais precisaram assumir de verdade o cotidiano da vida da casa e, consequentemente, o cuidar dos filhos. Muitas das funções maternas e paternas se misturaram e os filhos são realmente compartilhados. Tudo é compartilhado, as alegrias de cada ganho no desenvolvimento, os prazeres do contato íntimo, assim como as dificuldades com os limites, os medos das doenças e as angústias com os custos financeiros e com o futuro tão incerto dos nossos dias.

O privilégio, a bem-aventurança de se ter filhos exige auto-sacrifício, mas como a maioria das pessoas diz, vale muito a pena. Sabemos que o ser humano se eterniza nos seus descendentes.  Criar filhos é uma aventura fascinante. Mas, como toda boa e agradável aventura, faz-se necessário calcular os riscos.

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Maternidade e paternidade são uma aventura

por Ceres Araujo

O mundo mudou radicalmente nas últimas décadas e, todos nós, crianças, adolescentes e adultos sofremos as consequências. Nesses tempos chamados hipermodernos, as maneiras de ter e de educar filhos mudaram de forma impressionante.

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Hoje, além das formas tradicionais de se nascer, têm-se também bebês de fecundação in vitro, de ovodoação, de barriga emprestada e uma busca considerável pela redução dos riscos do parto.

A tecnologia a serviço da fecundação, da gestação e do nascimento alterou de forma complexa a maternidade e a paternidade.

Os cuidados com os bebês também variaram. Se nossos pais se valeram de nossos avós, como nossos avós de nossos bisavós para obterem dicas de como criar um filho, isso não é possível para nós. Nesse mundo tão diferente, tão rápido em mudanças, é necessário que se recriem as formas de cuidar e educar cada filho. Costumo dizer que criança não vem com manual, ele é escrito pelos pais para cada filho. Calma, tranquilidade, otimismo ajudam muito o uso do bom senso na criação dos filhos. Ou seja, quando os pais estiverem diante de um problema em relação aos filhos, eles podem buscar conselhos, devem avaliar possibilidades diversas de solução e, então, decidir usando bom senso. Se eles acertarem, ótimo. Mas, se errarem, sempre existe a possibilidade de reparação. Além do mais, muito se aprende errando.

Sabe-se que o cérebro é uso-dependente, isto é, se estrutura em função das experiências da vida desde a hora do nascimento. Isso não só faz um ser humano completamente diferente do outro, mas também justifica o porquê são tão diferentes os cérebros e as mentes das crianças dos dias de hoje, nascidas e criadas em um ambiente com tanta facilidade tecnológica, onde o mundo da realidade se confunde com o mundo virtual.

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Por outro lado, atualmente pais e mães trabalham, ou seja, eles têm que trabalhar para garantir sustento para a família e para manter uma boa autoestima. Eles têm carreiras, ambições profissionais e precisam avaliar muito bem o compromisso de se ter um filho. Ter filho significa um compromisso irrevogável por anos e anos. Significa um aprendizado de se doar a um outro ser mais frágil e dependente; e sempre privilegiar o bem-estar dele em relação às próprias necessidades.

Mães e pais cumprem hoje duplas ou mesmo triplas jornadas de trabalho e podem ser eficientes e felizes nelas. Quando as mães entraram no mercado de trabalho, os pais precisaram assumir de verdade o cotidiano da vida da casa e, consequentemente, o cuidar dos filhos. Muitas das funções maternas e paternas se misturaram e os filhos são realmente compartilhados. Tudo é compartilhado, as alegrias de cada ganho no desenvolvimento, os prazeres do contato íntimo, assim como as dificuldades com os limites, os medos das doenças e as angústias com os custos financeiros e com o futuro tão incerto dos nossos dias.

O privilégio, a bem-aventurança de se ter filhos exige auto-sacrifício, mas como a maioria das pessoas diz, vale muito a pena. Sabemos que o ser humano se eterniza nos seus descendentes.  Criar filhos é uma aventura fascinante. Mas, como toda boa e agradável aventura, faz-se necessário calcular os riscos.

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