A influência das mídias sociais tem grande poder de gerar crenças e comportamentos na sua vida
Os meios de comunicação constituem um potencial incalculável na criação de crenças e comportamentos. Nas últimas décadas, o empobrecimento cultural pode ser observado na maior parte das plataformas, decorrência da simplificação descuidada na linguagem e enredos, sem falar na vulgarização dos conteúdos veiculados.
Parte desta mudança ocorreu graças à expansão e ao imediatismo da Internet e suas redes sociais, que originaram um formato de linguagem descompromissado com a gramática. Algo como os Paralamas do Sucesso cantavam: “Assaltaram a gramática, assassinaram a lógica…”. Essas transformações linguísticas inevitavelmente permeiam os demais veículos de comunicação.
Segundo a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil – 4ª edição, apenas um em cada 4 brasileiros domina plenamente as habilidades de leitura, escrita e matemática (Ibope Inteligência, 2016). A escolha de um livro é mais influenciada pelo assunto quanto mais escolarizada a população, enquanto o título do livro e a capa são mais relevantes para crianças, adolescentes e menos escolarizados. Independente da qualidade textual e da repetição de situações de consumo, desarmonia familiar ou amorosa, os livros mais vendidos oferecem abordagens “curativas”, cujo mantra predominante nos enredos é: “Superação”.
Influência das mídias sociais no Brasil
O Brasil é um dos países mais midiatizados do mundo, com cerca de 1.330 emissoras de TV, 6003 jornais de circulação periódica e 4.909 emissoras de rádio em todo o País (Portal Brasil, 2014 e Anuário Brasileiro de Media, 2014 e 2015). A população acredita na mídia, sendo o 5º lugar no ranking da confiança, após os familiares, Corpo de Bombeiros, Igrejas, Forças Armadas, além de receber mais credibilidade que os Amigos (Ibope Inteligência, 2015).
Baseados em suposta imparcialidade, os veículos oferecem, em formatos e linguagens diferentes, informações de todo tipo, desde consumo rápido, veiculadas pelos meios digitais e rádios, até análises profundas e frequentemente tendenciosas, como nos jornais e revistas.
Como as mídias sociais influenciam nosso modo de pensar e agir
É comum que notícias disseminadas pautem as conversas do dia seguinte, mas embora os fatos pereçam de um dia para o outro, a forma como são apresentados e sua repetição sistemática afetam nosso pensar e agir.
O próprio celular é um instrumento de registro e propagação que transformou cada um em repórter informal do cotidiano, sem qualquer preparo. Por um processo de ressonância com a informação, nos ligamos aos sons, imagens, palavras e conceitos que temos afinidade pessoal (pré-conceitos). Tem de tudo, desde violência, corrupção, competitividade, sexo doentio, até desarmonia familiar. É a sintonia e a reverberação com o meu conteúdo interno que define meus interesses. Qual o seu interesse na relação com a mídia?
Absorvemos das informações aquilo que faz vibrar e estabelecer comunidade. O leitor se interessa pelo que lhe diz respeito e por isso são criados cadernos regionais dedicados à cobertura de eventos específicos. No caso das crianças, os programas televisivos podem provocar excitação semelhante à de brincar ao ar livre. A aceleração permanente e os conteúdos cada vez mais extremos geram um fenômeno similar ao consumo de substâncias psicoativas.
Vale a pena pensar sobre a função e responsabilidade da mídia, detentora desse poder titânico de influenciar o pensamento e a ação de milhões e milhões de pessoas. Eu penso!