por Adriana Kachani
As pessoas têm dificuldade em saber a diferença entre alimentos orgânicos, integrais e como compará-los com os alimentos normais. O alimento orgânico é aquele produzido com base numa economia sustentável, sem agrotóxicos, onde há rodízio de plantio e proibição do trabalho escravo e/ou infantil, etc. Alimento orgânico é o politicamente correto.
Já o alimento integral não passa pelo processo de refinamento, o que faz com que suas fibras fiquem intactas. Os alimentos integrais podem ser orgânicos ou não. O que acontece é que por serem muito mais naturais e bastante concordantes em sua filosofia, normalmente os produtos orgânicos são produzidos e apresentados ao consumidor em sua forma integral, causando a confusão entre os dois termos. Até aqui estamos falando de modo de preparo, e não de valor energético.
Assim, não podemos nos esquecer de que arroz é arroz; açúcar é açúcar; macarrão é macarrão. Ou seja, desde que preparado da mesma forma, um alimento terá basicamente a mesma quantidade de calorias independente de serem integrais, orgânicos ou refinados. O que significa que, no momento da compra, ao optar por um tipo ou por outro, devemos não só levar em conta o aspecto e preço, mas o valor agregado a esses produtos.
Isso porque, apesar de terem mais ou menos as mesmas calorias, os alimentos integrais possuem conteúdos nutricionais diferentes daqueles industrializados. Já por definição, os alimentos integrais possuem maior quantidade de fibras, importantes para o bom funcionamento do intestino, diminuição de colesterol e aumento de saciedade – ou seja, a gente come menos e parece que comeu bastante. Uma vez que seus grãos estão intactos, eles são mais ricos também em vitaminas, principalmente as vitaminas do complexo B que, entre outras coisas, são responsáveis pelo metabolismo dos nutrientes. Mais especificamente, encontramos bastante vitamina B6 (que tem importância enorme na modulação do humor) e vitamina B12. A vitamina E é também muito encontrada nesses grãos, e tem sua importância relacionada à proteção de nossas células contra radicais livres.
Não podemos também nos esquecer da questão paladar. Muitas vezes, produtos industrializados são mais gostosos, uma vez que normalmente são ricos em gordura – a responsável por aquele sabor delicioso, que nos faz “sonhar” com determinados alimentos. Por outro lado, quem resiste aos produtos integrais e seus in natura? Produtos orgânicos também têm sabor diferente. Isso se deve a uma agricultura sem agrotóxicos, o que garante aquele sabor de horta que nos remete à infância.
Com o apelo de uma vida saudável e até mais moderna, os alimentos integrais têm ganho espaço nas prateleiras de supermercado e nos armários dos consumidores, que hoje já percebem a importância das fibras no seu dia-a-dia. Infelizmente, os alimentos orgânicos ainda não têm o seu merecido lugar garantido, em decorrência de seu alto custo e pequena quantidade de produtores para ofertá-los.
Assim, com uma oferta tão grande de alimentos (integrais, orgânicos, industrializados), cabe ao consumidor ler os rótulos, compará-los e decidir sua compra. Compra esta que pode definir sua saúde e sua postura perante o mundo.