por Tatiana Ades
O amor maduro se faz perceber através de diversas ações entre o casal.
Tenho um caso interessante, de consultório, que resolvi compartilhar com vocês.
Gabriel (nome fictício), 79 anos, me procurou, pois estava preocupado por se sentir apaixonado nessa idade.
Conheceu Vera no supermercado, uma viúva de 76 anos e iniciaram uma amizade que culminou num sentimento de devoção e carinho.
Ele se dizia envergonhado por estar quase com 80 anos e sentindo-se jovem e revigorado; dizia que não era normal para idade dele, que já tivera grandes paixões na adolescência e, na fase adulta, três separações dolorosas e finalmente o descanso da vida velha.
– Onde caberia paixão num coração tão velho?, questiona.
Com o passar das sessões, conseguimos estabelecer o quanto esse novo amor era saudável para ele e o quanto largar mão desse sentimento seria envelhecer de fato.
Fiquei muito feliz ao saber que os dois se juntaram e moram num pequeno apartamento em São Paulo.
Gabriel agora se mostra mais feliz, as preocupações de outrora, como dores no corpo, contas a pagar, filhos e família… acabaram esquecidas. Assim, uma nova vida se iniciou para ele e Vera.
Ele se mostra menos depressivo, sorri mais, está ansioso por festas e saídas aos bailes de dança que tem ido com Vera; fazem planos para o futuro. Ele agora sente que tem um futuro.
O amor pode rejuvenescer qualquer alma, de qualquer idade, e certamente é um ótimo aliado contra a tristeza, depressão, cansaço e falta de energia.
Gabriel e Vera vivem talvez o último amor de suas vidas, porém provavelmente o mais intenso de todos, pois é um amor maduro.