O bom relacionamento vive de quê?

A sabedoria é fundamental para lidar com as adversidades no relacionamento, mas não é o suficiente para gerar felicidade na vida a dois

Relacionar-se, conviver a dois e casar-se é uma arte construída dia a dia e sem um fim ou um ponto de chegada. Costumo dizer aos casais que acompanho há mais de 20 anos na clínica e aos pacientes, que será sempre um caminho percorrido a dois, preferencialmente, como uma estrada que, às vezes, é linda, iluminada, leve, arborizada e verde, outras vezes, tensa, escura, seca e cinza.

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Cada fase do relacionamento tem e sofrerá as dificuldades peculiares a cada casal. Dessa forma, não há uma receita mágica de bolo que apliquemos a todos como uma fórmula de felicidade conjugal. Mas existem, sim, orientações que podem nos nortear para que cada casal encontre a sua dinâmica de funcionamento e o seu ponto de encontro emocional e afetivo.

A sabedoria é fundamental para conseguirmos lidar com as adversidades do dia a dia que, muitas vezes, nos atropelam. E assim, quando nos apercebemos, muitos casais se perdem nesse caminho a dois. Seguem por estradas separadas, porém ainda moram juntos sob o mesmo teto. Mas numa solidão conjugal (a dois), que muitos estudos nos mostram que é mais sofrida do que a solidão vivida sozinha.

No entanto, não basta só sabedoria para seguir num casamento feliz. Afinal, você quer manter-se casado(a) apenas ou ser também feliz nesse casamento?

4 pontos par você refletir

  1. Você ainda tem desejo por seu cônjuge?
  2. Você tem vontade de estar ao lado dele(a) e tem lembranças felizes para resgatar?
  3. Você se sente ou já sentiu desejado(a) por seu cônjuge?
  4. Consegue se visualizar sorrindo e sendo feliz ao lado dele(a) ainda?

    Após esses questionamentos, avalie as respostas e você saberá usar a sua sabedoria para ter um maior discernimento sobre a sua atual situação; até mesmo sobre alguma tomada de decisão.

Compreendeu agora que não basta termos só a sabedoria?!

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Precisamos tê-la e ir além. Precisamos ter amor ainda, desejo por estar juntos, vontade de sonhar e de construir algo em comum. E aí, com base na sabedoria, saberemos levar adiante e trilhar novos caminhos a dois resgatando afetos adormecidos e lembranças positivas arquivadas no nosso sistema límbico, que coordena as nossas emoções.

Voilà, sigam agora pelo caminho afetivo do reencontro conjugal. Feliz ressignificação para vocês.

Psicóloga Clínica Cognitivo-Comportamental; Mestre em Psicologia Clínica e da Saúde - UFP - Universidade Fernando Pessoa em Portugal. Defendeu a sua dissertação com excelência e nota máxima sobre: “A interferência das redes sociais nos relacionamentos”. Especialista em Psicologia da Saúde, Desenvolvimento e Hospitalização – UFRN; Especialista pela Faculdade de Medicina do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP – SP. Foi professora da Pós-graduação em Psicologia – Terapia Cognitivo-Comportamental (Unipê). Há 20 anos atendendo na clínica a adolescentes, adultos, casais e famílias. Membro da Federação Brasileira de Terapias Cognitivas - FBTC. Mantém o Blog próprio desde 2008. Mais informações: www.karinasimoes.com.br. Atendimentos com consultas presenciais ou online

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