Bipolares bem diagnosticados precisam de estabilizadores de humor sempre

por Joel Rennó Jr.

Eu pensei que o tempo da dicotomia entre mente e cérebro tinha se extinguido, onde psiquiatras e psicanalistas ficavam se contrapondo ao invés de se integrarem na melhora da qualidade de vida dos seus pacientes.

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As questões envolvendo a saúde mental devem sempre ser integradas, já que o biopsicossocial é importante na análise apurada.

A fisiopatologia da depressão e do transtorno bipolar do humor (leia sobre estudos mas recentes – clique aqui) estão sendo estudadas; a questão da serotonina é antiga e incompleta – nem é mais o foco principal dos estudos atuais. Alterações genéticas, biomoleculares e com outros neurotransmissores e neuropeptídeos, com mecanismos intracelulares envolvidos, tem sido o objeto de estudo da neurociência atual. Como reverter o processo neurodegenerativo da depressão e do próprio transtorno bipolar do humor é o alvo principal.

Portanto, pensamentos reducionistas e anticientíficos (mesmo que involuntários), com todo o respeito, não levam a nada. Repito: precisamos de união para ajudarmos sempre os nossos pacientes. Estudos modernos, com pacientes deprimidos moderados e graves, sempre recomendam a associação medicamentosa e psicoterápica. São complementares, nunca excludentes.

No mesmo trabalho citado pelo colunista, do New England Journal of Medicine, tinha um item falando da importância da abordagem familiar sistêmica do paciente com bipolaridade.

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É fundamental, para nós que atendemos casos graves de bipolaridade, que tais pacientes, mesmo que de forma involuntária, não sejam ainda mais estigmatizados. Bipolares bem diagnosticados precisam de estabilizadores de humor sempre. Novos medicamentos, mais eficazes, estão sendo desenvolvidos.

Se há muita prescrição dos antidepressivos não é por interesse da indústria farmacêutica. Muitos médicos despreparados, sem conhecimento de psicopatologia e psiquiatria, prescrevem indiscriminadamente tais drogas para simples relatos de tristeza, insegurança, obesidade, ansiedade e angústia. Cerca de 60% dos pacientes que tomam antidepressivos o fazem por meio de médicos generalistas e não psiquiatras. O diagnóstico psiquiátrico é complexo, nem sempre é imediato como alguns pensam. Quando se há certeza da necessidade do antidepressivo, mesmo com alguns limites de resposta, são imprescindíveis.

 

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