Dá certo casar e morar em casas separadas?

Parece meio estranho falar de casar, morar em casas separadas e querer ter filhos, mas essa prática acontece; saiba como lidar

E-mail enviado por uma leitora:

“Há uns 15 ou 20 anos atrás, utilizava-se a expressão “namorido”, um mix de namorado + marido. Isso me faz pensar no casamento, mas morando em casas separadas. Que cuidados um casal teria que ter para essa modalidade de relacionamento dar certo? Como cada relacionamento é único, penso que para essa relação vingar… depende de cada casal, certo? E se o casal optar por ter filhos, como fica? Penso em propor isso pro meu namorado. Me ajuda aí, por favor, vai… Muito obrigada!”

Resposta: Olá. Realmente cada relação é única, e como ela se desenvolve e estabelece as suas regras, também é um consenso entre o casal. Hoje alguns casais se consideram casados (não necessariamente com vínculo civil) e decidem não morar juntos, por motivos variados; é comum que morem em cidades diferentes, principalmente quando existe alguma questão profissional.

Caso optem por filhos, é bom ter uma conversa sobre o processo de adaptação da chegada do novo integrante à família. Se for um bebê, os primeiros cuidados são exaustivos e é preciso conversar sobre essa sobrecarga. Se tiver em processo de amamentação exclusiva, o trabalho é dobrado para quem fornece esse cuidado. Então, talvez nesse momento, seja necessário uma parceria maior e o casal precise ficar mais tempo dentro de uma das casas para dividir as tarefas.

Caso seja uma adoção de criança grande, o processo é diferente. Mas vale lembrar que no processo de adoção, provavelmente o tipo de relação amorosa será perguntado na entrevista com o casal na Vara da Infância. Então é importante já ter o plano todo estabelecido e como irão executar. Nesse caso, quanto mais estiver planejado melhor.

Continua após publicidade

Casar e morar em casas separadas

Parece meio estranho falar de casamento em casas separadas e querer ter filhos. Porém, isso de certa forma já acontece; pessoas que moram em países diferentes, ou em situações de divórcio, a criança tem dois lares, ou quando um dos genitores precisa viajar por meses a trabalho etc.

A escolha de ter filho é um processo que precisa ser amadurecido pelos dois. Isso porque tem todo o processo de ida e volta das casas, e também a estrutura financeira para manter dois lares, com todas as adaptações para o recebimento de uma criança.

Espero que dê certo a sua proposta.

Atenção!
Esta resposta não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.

Psicóloga Clínica, Psicodramatista pela Associação Brasileira de Psicodrama e Sociodrama (ABPS), cursando nível II e III na Sociedade Paulista de Psicodrama e Sociodrama (SOPSP) e Terapia de Casal no Instituto J L Moreno. Pesquisadora no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas FMUSP no PRO AMITI no setor de Amor Patológico e Ciúme Excessivo. Vice-presidenta da Associação Viver Bem