por Sonia Corazza
Lendo um artigo acadêmico, vi que atualmente existem aproximadamente 600 milhões de pessoas com mais de 60 anos. O mundo está envelhecendo, que bom, pois graças aos avanços da medicina e da própria sociedade urbana, a parcela da vida que uma pessoa passa na condição de idosa será cada vez maior. Na área de saúde e beleza as investigações para retardar o envelhecimento precoce e prolongar a juventude são constantes. Hoje vou falar sobre uma novíssima tendência nesse segmento: trabalhar com as células-tronco
O que são células-tronco?
O corpo humano é composto por mais de 200 tipos de células. As células-tronco originam-se de um embrião jovem que no desenvolvimento normal forma as três camadas germinativas distintas de um embrião mais maduro e todos os diferentes tecidos do corpo. As células-tronco trazem a possibilidade de regenerar partes debilitadas do nosso organismo; as mais versáteis são as células-tronco embrionárias, denominadas como (TE). Essas células guardam o potencial de produzir qualquer tipo de célula no organismo.
Células-tronco e pele
Cientistas conseguiram transformar células da pele humana em células-tronco, abrindo um caminho importante para a substituição e regeneração de tecidos ou órgãos defeituosos do corpo. Os estudos mais recentes foram realizados por duas equipes diferentes, uma no Japão, Universidade de Kyoto e outra nos Estados Unidos, na Universidade de Wisconsin. A equipe japonesa conseguiu criar uma linhagem de células-tronco a partir de 5.000 células. A equipe americana conseguiu reprogramar uma célula em 10.000.
Aqui no Brasil também temos progressos. Um trabalho divulgado em março de 2011, conduzido pelo Instituto Butantã (SP), apresentou uma nova técnica que reprograma células extraídas de dentes de leite, tornando-as capazes de criar qualquer célula e tecido.
Falando de pele, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) criou um departamento que vai estudar o uso de células-tronco na dermatologia. No Simpósio Nacional de Terapia Celular e Engenharia Tecidual da SBD, a Dra. Neide Kalil Gaspar, professora titular da Universidade Federal Fluminense (UFF), disse que as células-tronco adultas podem ser obtidas de tecido adiposo (gordura) e podem melhorar o aspecto da pele envelhecida.
Futuro bem promissor
Ainda há muita controvérsia sobre os efeitos colaterais de se injetar células vivas na pele. Alguns médicos acreditam que atualmente os tratamentos oferecidos com as células injetadas na pele não funcionam, pois não são criadas a partir de células-troncos de verdade, são apenas réplicas de fibroblastos (células da pele) já envelhecidos.
Sabendo de tudo isso, resta a nós o conforto de saber que em alguns anos será possível prolongar a boa saúde das células e ter uma boa aparência por muito mais tempo. Que assim seja!