Da Redação
Quem nunca se sentiu frustrado com alguma coisa e descontou as mágoas na comida? Ou quem já comeu horrores no final de semana, pois ia começar uma dieta que nunca existiu na segunda-feira? Momentaneamente a sensação de comer alimentos calóricos em excesso pode parecer maravilhosa, mas, no dia seguinte, bate o arrependimento e o desânimo.
A especialista em obesidade Gladia Bernardi, autora do livro "Código Secreto do Emagrecimento" (Ed. Gente) conta que comer por impulso é uma das principais causas que levam as pessoas à obesidade. "O cérebro é formado por dois sistemas: o emocional e o racional. Muitas vezes, é preciso desenvolver o sistema racional para ficarmos no controle alimentar, pois em casos de compulsão, ele está improdutivo em relação ao sistema emocional", pontua.
Dicas para driblar a "comilança" por impulso:
Emocional x racional
Por mais que não possa se deixar levar pelas emoções e descontar tudo na comida, também não é saudável focar apenas nos pensamentos racionais. É preciso ter um equilíbrio entre os dois, pois nenhuma decisão é tomada sem que um sistema do cérebro converse com outro. Para uma pessoa emagrecer, o sistema racional tem que estar mais atuante, em pelo menos 70 a 80% do total.
Quando a pessoa perde o controle do consciente, não cria metas nem toma decisões, perde o foco e sobrecarrega seu emocional, o que na maioria das vezes faz com que ela engorde. Por outro lado, também não dá para ficar apenas com pensamentos racionais. Um chocolate de vez em quando não mata ninguém, desde que seja ingerido de maneira consciente.
Um dia de cada vez: não ache que a "dieta" é para sempre
Uma pessoa obesa está acostumada com uma rotina não saudável e, por isso, é necessário que ela entenda que a dieta não será um "sacrifício" que irá durar para sempre, mas sim, um novo aprendizado que, no futuro, será aplicado automaticamente.
Se a pessoa colocar na cabeça que terá que viver em uma dieta eterna para se manter no peso ideal, seu sistema emocional vai aparecer dificultando o processo. Uma dica é planejar o emagrecimento (o que poderá ser feito com a orientação de um nutricionista) e entender que será um passo de cada vez, um dia após o outro.
Treine sua mente com exercícios
Para quem deseja emagrecer, seja por saúde ou por vontade própria, antes de ingerir algum alimento, é importante se perguntar: eu estou mesmo com fome, ou eu estou comendo por gula? Na ânsia do momento, essa prática é difícil, mas se a parte racional do cérebro for treinada aos poucos, irá se tornar frequente e será cada vez mais fácil entender se ingerir aquele alimento é mesmo necessário. À medida em que sua mente for entendendo essa mudança, os resultados irão aparecer e você ficará cada vez mais entusiasmado para emagrecer, fazer exercícios e, consequentemente, ter uma vida mais saudável.
Redefina o "piloto automático"
Pessoas que comem por impulso, ou seja, que apresentam uma fome emocional, geralmente têm um cérebro com vícios, como por exemplo, em açúcar, já que não conseguem distinguir a diferença de comer por necessidade ou por gula.
O cérebro aprende a dirigir, escovar os dentes ou ir ao banheiro de maneira automática. Assim como essas atividades, comer em excesso também está na lista de coisas que o cérebro se acostuma facilmente. Porém, é necessário reverter a situação para condicioná-lo a substituir hábitos que fazem mal à saúde por bons hábitos, como se exercitar, comer bem, até que se tornem involuntários.
Fonte: Gladia Bernardi é nutricionista.