Como atravessar o novo normal nas empresas

E-mail enviado por uma leitora:

“Como atravessar esse novo normal que se inicia nas empresas? Que dicas a senhora me daria para atravessar esta fase com tranquilidade?”

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Resposta: Que bacana a sua pergunta! E acho que a palavra bacana diz um pouco sobre minha idade, não é mesmo?

Pois é, justamente por já ter passado por muitos desafios, acredito que a melhor forma de encarar essa nova situação seja voltando ao passado, para colher exemplos de quando tivemos ideias e soluções para diferentes problemas, mas também se voltando ao novo, ao que pode ser criado e que ainda não imaginamos.

Pensemos em situações em que as nossas competências foram colocadas à prova e que tivemos que usar todas as forças que tínhamos para enfrentarmos um desafio. Quais habilidades descobrimos que estavam adormecidas e que nem mesmo conhecíamos? Quais expertises conseguimos demonstrar e como nos saímos de problemas que pareciam gigantescos?

Aliás, olhando para eles, atualmente, não são pequenos? E só o são por que já passaram e conseguimos resolvê-los.

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Quando éramos crianças, não achávamos algumas coisas muito complicadas e hoje damos risadas das nossas ansiedades juvenis?

De volta para o futuro 

Por outro lado, quando sugiro nos voltarmos ao futuro, penso que precisamos descobrir novas formas de agir, novas formas de nos relacionarmos e soluções igualmente inovadoras para problemas nunca vividos.

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Nesse cenário, portanto, quais competências precisam e podem ser desenvolvidas? Quais novos olhares precisamos ter sobre as coisas? Como podemos aprimorar o autoconhecimento, relacionar-se melhor consigo mesmo e com os demais? O que ficamos procrastinando que precisa, definitivamente, ser encarado? Como nossa comunicação pode ser aprimorada, já que não estamos próximos fisicamente, como gostaríamos?

E isso serve para indivíduos e organizações, que precisarão se reinventar sem medo. Claro que aqueles que possuem mindset fixo serão mais desafiados, pois, esse “novo normal” exigirá justamente total flexibilidade e abertura à mudança, como nunca antes visto.

De que maneira podemos mudar algo em nós mesmos, em como atendemos aos clientes (internos e externos), sobre como nos relacionamos com nossos familiares, natureza, humanidade, companheiros?

O novo normal na verdade não tem muito de normal, pois, não fazemos ideia de como as coisas serão e isso, no meu ponto de vista, deve ser encarado como um presente, uma benção e uma oportunidade! Estamos diante de novas possibilidades, da rara chance de fazermos um mundo novo e de começarmos a ser mais humanos, empáticos e otimistas.



Você vai olhar para este novo cenário com lentes cinzas ou otimistas?  

O que essa pandemia deixou claro é que pessoas que já eram pessimistas e viam tudo por detrás de lentes cinzas, apenas perceberam o lado ruim da situação e paralisaram. Outras, entenderam a situação como uma grande chance de mudança, olhando para os desafios com lentes otimistas.

Tony Robbins, uma das figuras de destaque no estudo do comportamento humano, cita que o movimento cria a emoção”. Ou seja, dependendo do lado para o qual pendemos, a nossa emoção e atitudes acompanharão.

Se desejemos enxergar com leveza, veremos um ambiente de oportunidades. Ao contrário, se nosso movimento for o do desespero, ansiedade e pessimismo, esse cenário será o que enxergaremos.

Como não vejo o ser humano dividido em um ser no ambiente profissional e outro no pessoal, mas sim como algo único que se move em diferentes cenários, acredito que para passar com tranquilidade por essa fase, devemos acalmar nossa mente para vivenciar os mais diversos ambientes e situações de forma otimista e produtiva, dando voz às nossas forças e talentos, trazendo o melhor que temos à tona.

Não nego as dificuldades, a crise econômica, os problemas que advém de uma pandemia. Apenas não penso que focar neles trará qualidade aos nossos pensamentos. Mudemos aquilo que pode ser mudado e o que não puder, tenhamos paz de espírito para lidar da melhor forma. Porém, só encontraremos essa paz se nos conhecermos, soubermos nossos valores, nossos limites, pontos fortes e fracos. Essa paz é conquistada com o trabalho de se conhecer profundamente e é isso que nos faz valorizar o que deve ser verdadeiramente levado em conta.

É a hora de aplicarmos mudanças substanciais em nossas relações e ambientes. Acredito que pessoas negativas, que desejam o mal, que veem tudo como negativo, cada vez menos terão lugar no mundo e as ações verdadeiramente humanas serão mais valorizadas e cada vez mais vistas em nossa sociedade.

Sucesso!