por Roberto Goldkorn
Uma das frases que sempre me intrigava quando assistia filmes americanos era quando um dos namorados (em geral ela) dizia: "Dou um dólar pelos seus pensamentos." Eu era um menino mas imaginava o outro entregando um pacote de pensamentos e recebendo o pagamento por eles. Mal podia imaginar o quão estava perto da verdade. Com o estudo do ocultismo, descobri que os pensamentos, embora ainda não possam ser empacotados, são coisas, são "algo".
Para os mestres da Teosofia, escola de pensamento que orientou os meus primeiros passos no caminho espiritual, os pensamentos têm forma, cores, cheiro, vibração, densidade, ou seja, têm uma existência que pode ser percebida diretamente por videntes altamente desenvolvidos, ou pela mensuração dos resultados que a sua existência provoca.
Até há algum tempo esse assunto só era falado em círculos esotéricos, qualquer um que temesse o machado da ciência deveria se abster de tocar em tal vespeiro. Mas a coisa mudou e a própria ciência usando da sem cerimônia que lhe é peculiar está invadindo a praia dos ocultistas, graças a Deus!
No laboratório de Pesquisa dos Sonhos do Veterans Hospital em Maimonides, N.Y. USA, o Dr. Willian C. Dement (ele é dement só no nome) pesquisou se uma pessoa conseguiria apenas com o pensamento penetrar/influenciar o sonho de outra. Os resultados foram chocantes (para eles). Não há espaço aqui para relatar todas as experiências que deram certo, mas acreditem-me: sob rigorosas condições de controle, um emissor conseguiu influenciar o sonho de um receptor isolado numa cabine e monitorado de todas as formas possíveis.
Outros pesquisadores no caso os físicos do Instituto de Pesquisas de Stanford, Russel Targ e Harold Puthoff, fizeram experimentos muito bem sucedidos com uma técnica chamada Visão à Distância (Remote Viewing). Eles enviavam pessoas a determinados lugares (dos quais elas não tinham conhecimento prévio) e pediam que de lá emitissem pensamentos que descrevessem o lugar. Longe dali um receptor relaxava e tentava captar os pensamentos dos emissores. Os resultados novamente chocantes foram publicados e não apareceu ninguém da comunidade científica para contestar.
Quando aceitamos essa realidade fica mais fácil entender, por exemplo, o comportamento dos grandes aglomerados humanos, quando as massas formadas por indivíduos se comportam como se fossem um só corpo. Isso é visível nos estádios de futebol, nas manifestações populares de massa, onde o pensamento como um quantum de energia é emitido e rapidamente se irradia provocando um efeito dominó.
Como numa ocasião destas as pessoas estão não só distraídas, mas também afinadas umas com as outras (a mesma torcida, os mesmos militantes políticos e etc), o contágio se dá com muita facilidade e rapidez. Quando os defensores do chamado Pensamento Positivo, insistem para que nos empenhemos a só permitir pensamentos de saúde, prosperidade, alegria, etc, eles na verdade estão trabalhando com a tese de que os pensamentos são coisas, e não devemos guardar coisas ruins em nosso corpo ou junto a ele.
Mas como essas "coisas" os pensamentos positivos podem nos beneficiar e, o contrário, os pensamentos negativos, nos prejudicar? Quando emitimos um pensamento, na maioria das vezes o fazemos de forma leviana, fragmentada. São pedaços de ideias, motivadas por um sem número de estímulos externos e internos, que logo se dissolvem no ar. Mas pensamentos que se repetem ou que estejam, carregados de energia emocional densa, tendem a permanecer mais tempo "vivos" e é lógico girando em nossa órbita. Mesmo os pensamentos dirigidos à outra pessoa, ou para longe: "Ah como eu gostaria de estar em Paris agora…" mantém parte de sua estrutura agregada ao emissor.
Quando pensamos "positivo" ou seja, em coisas benéficas, esses pensamentos tendem a atrair outros da mesma vibração e naipe, ao mesmo tempo que são atraídos por outros pensamentos e grupos de pensamentos análogos. Isso acaba criando uma rede, que atrai no plano invisível a vibração dos pensamentos bons e no visível atrai os pensantes desses bons pensamentos.
Na verdade as pessoas acabam se agrupando atraídas pela força gravitacional de seus próprios pensamentos. Num plano mais oculto existem outras instâncias onde os pensamentos podem servir de molde, a entidades elementais, bem como nos conduzir às grandes "torres de pensamentos coletivos" chamadas de egrégoras. Mas essa é uma outra história.
Quando emitimos um pensamento de ódio, rancor ou ressentimento, a energia íntima dessas "coisas", a sua semântica é naturalmente venenosa, infecciosa. Mesmo que boa parte dessas coisas consiga atingir o seu alvo (o ser odiado), uma outra boa parte fica grudada no "pai" ou "mãe" que o gerou (sabe como são os filhos não é?), envenenando o seu criador. É aquela velha história do feitiço se virar contra o feiticeiro. Além disso, essa qualidade de pensamento por sua natureza é mais densa de que qualquer pensamento positivo, e, portanto cria uma espécie de liga gosmenta entre o emissor e o alvo. Por isso que certos sentimentos (pensamentos) são tão obsessivos, porque criam uma ponte de comunicação constante entre o odiador e o odiado, que permanece se realimentando até que a morte os separe.
Recentemente a ciência mais uma vez correu em socorro das teses ocultistas e pesquisadores ingleses publicaram uma pesquisa mostrando que existe uma correlação positiva entre a manutenção de ressentimentos e a gênese de doenças degenerativas (é o tal veneno mental). Se aceitarmos isso, estaremos diante de uma série de possibilidades fantásticas, mas também assustadoras.
Se cada pessoa é uma emissora de ondas como uma estação de rádio, podemos estar a cada momento captando emissões de outros e achando que são nossas. Infelizmente isso é mais comum do que parece. A maioria das pessoas nasce vive e morre sem desenvolver aquilo que Jung chamou de Individuação, por isso não sabem quem são, nem mesmo sabem o que são.
Assim fica fácil de serem cooptadas pelas egrégoras culturais onde já existem pensamentos pré-pagos que adotam como se fossem seus. Essas pessoas não têm defesas contra pensamentos intrusos, e como certos passarinhos acabam chocando ovos postos no seu ninho por pássaros espertos com vinte anos de praia.
Crimes são cometidos motivados pelo combustível de pensamentos intrusos, separações, doenças, vícios, muitos dos males da humanidade são oriundo desses estupros mentais.
Por outro lado pensamentos luminosos atraem para si pessoas luminosas, sócios de vida que vêm atraídos pelo "cheiro" de pensamentos afins, energias espirituais benfazejas, alto astral também são atraídas pela luz de pensamentos positivos.
Caminhamos para um estágio onde deveremos aprender a emitir pensamentos num determinado espectro vibratório, e identificar e rechaçar pensamentos intrusos que não se adequarem ao padrão que estabelecemos. Isso não significa de modo algum criar um ser unidimensional, ao contrario significa alcançar um nível elevado de Consciência, e assim se libertar das cadeias dos falsos egos que nos tangem na direção que não desejamos ir. Pensar bem, é pensar o Bem.