Como entender melhor o meu karma?

Na Filosofia do Yoga, acreditamos que não estamos fadados a um determinado destino. Quando entendemos o que provoca os karmas, a lei de causa e efeito, nós podemos fazer muitas mudanças positivas em nossa vida. Tudo o que está acontecendo agora é o resultado de escolhas feitas no passado.

Karma não é punição, é aprendizado. Devido ao nosso condicionamento, temos ações e reações que podem acontecer automaticamente por causa das pessoas ou circunstâncias. E, muitas vezes, agimos e fazemos escolhas erradas inconscientemente.

Continua após publicidade

Assim, antes de agir, de falar ou de fazer uma escolha seria bom fazer essas reflexões:

“Quais serão as consequências de minhas palavras e ações”? “Essas escolhas trarão benefícios para mim e para os outros?” “Estou agindo egoisticamente ou pensando no bem comum?”.

Ouça seu coração e sinta: “Eu gostaria que fizessem isso para mim?” Se seu coração disser que sim, persista nessa escolha. Mas, se você não gostar dessa atitude para si mesmo, mude seu comportamento.

Como não criar um karma futuro ruim

Continua após publicidade

Pratique esse sábio ensinamento: “Não faça aos outros o que não gostaria que fizessem a você”. Colocando isso em prática na sua vida diária, você não estará fazendo ações ruins nem criando karma futuro.

Você precisa estar consciente de que seu futuro é o resultado das escolhas que faz a cada momento. Para ter um bom futuro, esteja plenamente consciente do momento presente, agindo com responsabilidade, seguindo a não violência, a bondade, compaixão, caridade, a solidariedade.

É possível alterar os efeitos dos karmas passados?

Continua após publicidade

Não podemos mudar as causas dos karmas passados, mas podemos mudar os seus efeitos, mudando o COMO pensamos, COMO falamos, COMO agimos. Nossas atitudes fazem toda a diferença.

Precisamos fazer diferente e melhor do que das outras vezes, pois se sempre tivermos as mesmas reações erradas às ações que acontecem, o resultado será sempre o mesmo. Com o desenvolvimento das virtudes, algo que ia ser muito doloroso será amenizado. Com o entendimento que NADA acontece por acaso, podemos superar com coragem e resiliência. Em vez de se desesperar ou reclamar, aprendemos com o sofrimento, purificando nosso ego e desenvolvendo aceitação e paciência.

Os três tipos de karma:

Segundo o Mestre Yogue Patanjali, existem três tipos de karma;

1. O karma que já foi criado em outras vidas e está acumulado.

2. O karma que está amadurecendo como sementes germinando. Ou seja, que já foi criado, mas ainda não se manifestou.

3. O karma que estamos criando nesse momento presente.

Portanto, temos o poder de mudar esse karma que ainda não se manifestou, através da espiritualidade, do desenvolvimento das qualidades positivas que irão destruir essas sementes negativas que são os padrões mentais negativos acumulados. Depende de nós purificarmos e diminuirmos os efeitos dos karmas passados e também não permitir que pensamentos, palavras e ações negativas produzam karma no momento presente e no futuro.



O Yoga explica os três tipos do karma no exemplo do arqueiro


O arqueiro pega uma flecha da bolsa que carrega e mira em um pássaro e solta a flecha. Imediatamente, ele se arrepende, mas já é tarde e não pode voltar atrás. O pássaro morre. Este é o karma do primeiro tipo, que já foi criado e está acumulado, aguardando para se manifestar. As flechas são seu reservatório karmico.

No segundo tipo de karma, o arqueiro pode escolher tirar uma flecha da bolsa ou pode não tirar. E, também pode escolher em que direção irá apontá-la. A flecha que ele segura no arco, pronta para ser disparada, é o terceiro karma, o karma atual, aquele que estamos gerando nesse instante. O arqueiro pode não usar a flecha e não prejudicar a ninguém. Esse exemplo explica bem que não existe fatalismo e que podemos sim mudar nosso karma agora. Com nosso livre-arbítrio, vontade firme da alma, qualidades e virtudes, podemos impedir os karmas que ainda não se manifestaram, e moldar nosso próprio destino.

A flecha, a corda esticada e o alvo

Como diz a escritura indiana Maitri Upanishad: ”Segure o arco das escrituras, coloque nela a grande flecha da devoção. Tensione a corda da meditação e acerte o alvo: o Ser interior. O Mantra é o alvo, o aspirante é a flecha, o Ser interior o objetivo. Estique agora a corda da meditação, e atingindo o alvo, seja uno com o Ser”.

Como afirma o Yoga: “Medite, medite, medite”. E, sinta: “Deus habita em você como você”. Aprenda aqui em no meu texto como meditar.

Como ensinou o Mestre yogue Patanjali, temos em nossas mãos o poder de evitar dores futuras causadas por esses karmas que estão como sementes dentro de nós. Temos que dissolvê-las através da devoção a Deus, da meditação, de boas ações, nos libertando do egoísmo, do orgulho, da arrogância, da violência em pensamentos, palavras e atos.

Desde que estamos vivos, estamos sujeitos à lei do karma no planeta Terra. É impossível fugirmos às ações. Por isso, a Filosofia do Yoga nos pede para renunciarmos à raiva, à ambição, à maldade, à violência. Aprender com nossos erros, com humildade.

Isso não significa isolar-se do mundo e da sociedade, mas viver com responsabilidade e executando ações corretas, sem apego. Se desejamos felicidade, precisamos semear bondade, caridade, generosidade, altruísmo, compaixão.

Namaste! Deus em mim saúda e agradece Deus em você! Fique em paz!