Limites fazem parte do relacionamento e ajudam a torná-lo saudável. Mas bom senso, generosidade, criatividade, perseverança e a vontade de conhecer e entender o parceiro devem estar presentes. Conheça a atitude que ajuda a estabelecer limites na relação.
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“Estabelecer limites para você no seu espaço interno — o que chamaria de autocentramento, introspecção — e no seu espaço externo no seu relacionamento amoroso (na sua relação com outro). Fazer essa delimitação e também reconhecer que tipos de sentimentos pertencem a você, distinguindo o que é seu, e o que está fora e é do outro… por extensão não se responsabilizar pelo que o outro escolheu sentir… Enfim, falo de Limites… Pôr limites na relação ajuda o relacionamento a fluir melhor? Como dosar o ponto de equilíbrio? Vocês do Vya Estelar podem me ajudar? É que li um texto sobre limites e fiquei muito pensando sobre isso…”
Resposta: Limites, dentro de um relacionamento amoroso, devem ser olhados de uma perspectiva dinâmica. Nem sempre o que foi combinado no início da relação valerá para sempre. Relacionamentos se transformam e consequentemente a proporção do direito de cada um vai junto.
Parâmetros essenciais ao relacionamento amoroso
No entanto, existem alguns parâmetros que são essenciais e imutáveis dentro de uma relação. Respeito às diferenças no agir, no pensar e no compartilhar podem ser caracterizados como limites fixos – um cercado delimitado dentro do qual todo relacionamento deve fluir.
No entanto, quando se trata de determinar quando começa e quando termina a vez de levar em conta o desejo de cada um, a questão muda de figura. Vamos a alguns exemplos.
As necessidades de manter uma vida individual dentro de um relacionamento amoroso podem ser bastante divergentes. Um pode gostar muito de ficar sozinho ou de se relacionar com amigos, e o outro pode gostar de estar junto com o parceiro o tempo todo. Como estabelecer limites nesse caso? Depende do momento, do combinado e, principalmente, do nível de equilíbrio em que a relação se encontra.
Certamente, quem gosta de estar com o parceiro o tempo todo, sofrerá quando o parceiro preferir sair com os amigos. Mas para que a relação não seja levada à ruptura, terá de aguentar o desconforto de vez em quando. Não sempre. Em algum momento chegará a hora de levar em conta a vontade do parceiro(a). Qual é esse momento? Depende. Matematicamente seria: uma vez eu, uma vez você. Mas amorosamente a conta pode ser diferente. E aí, vários fatores devem ser levados em conta. O primeiro deles é a flexibilidade de cada personalidade envolvida. Existem pessoas que conseguem abrir mão de seus desejos de uma forma bem tranquila, e embarcar no desejo do outro adaptando-se rapidamente e conseguindo se divertir mesmo que o desejo do outro não seja sua primeira opção.
Outras pessoas têm desejos mais definidos, mais rígidos, então, para elas, não é tão fácil ceder ao desejo do outro e, quando o fazem, sofrem muito. Como fica a conta nessa situação? Onde está o limite? Certamente, não é um limite matemático, mas sim um limite intuitivo… onde a dor e o sofrimento de quem cede deve ser levados em conta sim, mas não a ponto de evitá-la a qualquer custo. Como estabelecer um limite para isso? Através da empatia.
Atitude que ajuda a estabelecer limites no relacionamento
A empatia, capacidade de se colocar no lugar do outro para entender seus sentimentos e pensamentos, deve ser encarada como a grande auxiliar no estabelecimento de limites. E essa capacidade deve ser treinada e aperfeiçoada todo dia se o casal quiser que seu relacionamento perdure de forma saudável.
Não costuma ser fácil, mas é possível se afastar, por alguns momentos, dos seus próprios sentimentos e tentar sentir o sentimento do outro. Se bem que para que isso ocorra, é necessário um bom autoconhecimento e um bom controle emocional. Afinal, ninguém consegue entender os sentimentos dos outros se ainda não entendeu seus próprios, não é mesmo?
Limites, com certeza, fazem parte de uma relação saudável. Mas junto com eles, o bom senso, a generosidade, a criatividade, a perseverança e a vontade de conhecer e entender o parceiro amoroso devem compor o quadro de ingredientes da receita do bom relacionamento a dois. Sem esquecer que para que uma receita faça sucesso a “mão da cozinheira” adquirida principalmente com a resiliência frente aos erros, é sempre um diferencial. Tanto na cozinha quanto no amor.
Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento