Antes de expor os seus sentimentos ao parceiro, pense sobre que tipo de sentimento te deixou tão para baixo e que mudou totalmente seu humor
E-mail enviado por uma leitora:
“Tenho muita dificuldade em me abrir em relação a sentimentos, e isso está sendo bem ruim para o meu relacionamento. Eu costumo guardar tudo para mim e no final expludo porque não consigo aguentar toda a carga.”
Resposta: Expor sentimentos, em geral, é desnudar a alma. Assim como cobrimos nosso corpo com as roupas para protegê-lo do frio, do sol e de outras intempéries, guardamos nossos sentimentos para protegê-los de ferimentos afetivos que as pessoas, mesmo sem querer, podem nos causar.
Assim, você não está tão errada de proteger aquilo que você tem de mais sensível e delicado. É importante escolher com muito critério para quem vamos expor tudo aquilo que sentimos. Para não nos machucarmos nem machucarmos os outros.
Você já percebeu que represar demais os sentimentos tem como consequência estouros, muitas vezes desmedidos e perigosos para a relação. Afinal, conseguimos guardar decepções e frustrações por algum tempo; conseguimos justificar aquela resposta atravessada nos convencendo que o parceiro estava num mau dia; conseguimos mudar de assunto para evitar situações pesadas. Mas tudo tem um limite. Em algum momento nosso interior precisa de um alívio.
Se você pretende mudar seu comportamento e evitar acumular tudo dentro de si, comece conversando com você mesma sobre o que sente nas mais diversas situações. Principalmente quando essas situações provocaram em você sentimentos desagradáveis.
Muitas vezes não paramos para esclarecer que tipo de sentimento nos deixou tão para baixo; o que nosso parceiro amoroso disse que mudou totalmente nosso humor. Muitas vezes frustrações e decepções são registradas apenas como sensações desagradáveis. É importante destrinchar essas sensações de forma que fique bem claro para nós mesmos o que nos magoou.
Como expor seus sentimentos ao parceiro
Uma vez definidos nossos sentimentos para nós mesmos, fica mais fácil expressá-los para parceiros amorosos. Tente começar, aos poucos, falar do que gostou e do que não gostou. Se puder, evite falar em momentos de raiva. Procure momentos de tranquilidade onde poderá se expressar mais claramente para que a mensagem seja ouvida.
Quando estamos com raiva, costumamos atacar, e nosso interlocutor tende a atacar também para se defender. Nem conseguimos terminar uma frase e lá vem bomba. Assim, a escolha do momento adequado para a exposição de sentimentos é primordial.
Ao expor sentimentos faça-o com delicadeza. Resuma o que sente e espere a resposta. Dependendo do retorno que tiver, continue e aprofunde mais sua colocação. Ou pare, caso não sinta que o parceiro está pronto para ouvir. Às vezes revelações surpreendem e precisam de um tempo para serem elaboradas.
Exponha os sentimentos, mas sem DRS
Evite ficar discutindo a relação com muita frequência. As famosas DRs, em geral, aumentam os conflitos ao invés de aplacá-los, pois pecam pelo excesso. São o exemplo típico da revelação de sentimentos sem controle, sem respeito e sem escuta. São chuveiradas de sensações jogadas na cara do parceiro sem cuidado. Melhor evitá-las. E ficar discutindo o que se sente o tempo todo não funciona. Cada um é responsável por seus conflitos internos e deve buscar soluções pessoais para eles. Compartilhá-los é uma opção, nunca uma obrigação.
Além do mais, relações amorosas bem-sucedidas, em geral, apoiam -se no respeito e na cumplicidade, atitudes que dispensam palavras ou argumentos.
Assim, frente a essas reflexões, tente descobrir como pode melhorar seu relacionamento com o que sente. Tente elaborar e entender seu emocional para fortalecer-se internamente.
Mas se não conseguir fazer isso sozinha, procure ajuda profissional, faça uma terapia. É esse processo de autoconhecimento que fará de você uma pessoa bem resolvida e pronta para manter um bom relacionamento amoroso.
Logo, podemos medir nossa força pelas batalhas emocionais travadas e vencidas no nosso interior. O parceiro amoroso, nessa aventura, deve ser apenas coadjuvante.
Atenção!
Esta resposta (texto) não substitui uma consulta ou acompanhamento de uma psicóloga e não se caracteriza como sendo um atendimento.